“O Hamas exigiu que Israel aceitasse um cessar-fogo total e permanente como condição para negociar”, afirmou, citado pela agência France-Presse, acrescentando que “este ponto foi ultrapassado, uma vez que os mediadores se comprometeram a que, enquanto as negociações estiverem em curso, o cessar-fogo continua em vigor”.

Aquele responsável adiantou, segundo a AFP, que o Hamas “retirou a condição que tinha colocado para um cessar-fogo permanente e aceitou iniciar negociações”, numa altura em que estão a ser relançados os esforços de mediação para chegar a um cessar-fogo.

Aquele responsável, que a France-Presse não identifica, afirmou que o Hamas informou os mediadores que pretendia que fossem implementadas três fases: em primeiro lugar, a entrada em Gaza de 400 camiões de ajuda por dia, depois a retirada do exército israelita do “corredor de Filadélfia e da passagem de Rafah”, situados entre o sul de Gaza e o Egito, seguida de uma “fase final” que consistiria na retirada total do território palestiniano.

“A bola está no campo dos israelitas, se eles quiserem chegar a um acordo, então é muito provável que isso aconteça”, disse esta fonte, estimando que as conversações poderão demorar “duas a três semanas, (…) se Israel não bloquear as negociações como antes”.

Na quarta-feira, o Hamas, que tomou o poder em Gaza em 2007, apresentou novas “ideias” para acabar com a guerra. Assim, os enviados israelitas regressarão a Doha, capital do Qatar, nos próximos dias para conversações com os mediadores deste país, segundo o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que sublinha a persistência de “diferenças” com o Hamas.

A guerra foi desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel, em 7 de outubro de 2023, que causou a morte de cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis.

Israel jurou destruir o Hamas e lançou uma grande ofensiva militar no território palestiniano que matou 38.153 pessoas, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas.