As duas mulheres, ambas brasileiras, foram detidas como parte de uma investigação por homicídio e contaram à polícia que transportaram drogas para a França agindo como "mulas", assim como a brasileira morta, indicaram fontes ligadas ao caso. O principal suspeito do assassinato, que também faria parte da rede de narcotráfico, está foragido, acrescentaram.

O caso teve início no último sábado, quando o corpo de uma brasileira de cerca de 40 anos foi encontrado num hotel, no noroeste de Paris. A vítima, que estava hospedada no local há uma semana, apresentava “um ferimento profundo na altura da carótida", segundo uma fonte policial.

No dia seguinte, as duas suspeitas brasileiras foram presas num aeroporto de Paris, de acordo com as fontes ligadas ao caso. Na presença de uma juíza, explicaram na tarde de quinta-feira a atividade que se encontravam a exercer — segundo elas, pela primeira vez na vida.

“Tenho três filhos e uma mãe com cancro. Em dezembro, a chuva destruiu a minha casa e estou com dívidas”, disse uma das brasileiras, de 27 anos. “Tenho uma dívida com uma pessoa que me ameaçou", disse a outra, de 37 anos.

Segundo a procuradora, o caso tem dois objetivos: “encontrar o autor do crime e todos os coautores do tráfico de droga. Há outras pessoas identificadas que falta prender."

A promotora ressaltou que as duas mulheres estão expostas “a um risco bem importante de sofrerem retaliações” no Brasil, por envolvimento com uma rede “com pessoas muito perigosas”, o que constitui mais um motivo para manter a sua prisão provisória “enquanto a investigação avança”.