"Estamos aqui concentrados porque é precisamente no Ministério das Finanças que se encontram há anos questões que têm a ver com a vida e o futuro do Arsenal do Alfeite. Sendo uma empresa de capitais 100% públicos, necessita de autorizações da tutela para certas operações, incluindo admissão de pessoal e promoção de trabalhadores", disse à Lusa o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas, Estabelecimentos Fabris e Empresas de Defesa (STEFFAs) Alexandre Plácido.

Além dos sindicalistas e membros da comissão de trabalhadores do Arsenal do Alfeite, também a deputada bloquista Joana Mortágua, a comunista Paula Santos e o secretário-geral da CGTP/IN, Arménio Carlos, marcaram presença no protesto em solidariedade com os manifestantes, munidos de duas tarjas e um par de bandeiras, numa das laterais do edifício ministerial, cuja via pública da fachada principal está em obras.

"Temos aqui há quase dois anos um pedido para admitir 42 novos trabalhadores indispensáveis num quadro que é muito reduzido e já nem tem sequer 500 trabalhadores. Há dois anos que, sem qualquer explicação, não se obtém autorização do Governo", continuou o representante sindical.

No final de janeiro, a presidente do conselho de administração, Andreia Ventura, anunciou o início do processo de recrutamento de 42 novos trabalhadores para a Arsenal do Alfeite S.A., após autorização do secretário de Estado da Defesa Nacional, a fim de empregar, no segundo semestre do ano, nove engenheiros, dois técnicos especialistas e 31 operários navais, que passariam por um período de formação de oito meses.

"Também aqui no Ministério das Finanças se encontra, há cerca de um ano, o pedido de autorização para a promoção de 35 trabalhadores que já fazem parte dos quadros do Arsenal do Alfeite, que estão a passar por um grande descontentamento. É evidente que estes atrasos nos descongelamento das promoções também não ajudam", lamentou ainda o mesmo dirigente sindical.

Alexandre Plácido disse que uma delegação dos ativistas presentes iria entregar documentação ao Ministério das Finanças sobre os problemas em causa.

"Caso não haja desenvolvimentos - hoje estamos apenas aqui com ativistas -, vamos, muito brevemente, fazer uma ação de outro tipo, também aqui no Ministério das Finanças, mas já com toda a força dos trabalhadores porque esta situação está, de facto, a matar o Arsenal do Alfeite", prometeu.