Em comunicado, a associação ambientalista salienta hoje que, apesar de "alguns avanços feitos" em matéria de mobilidade na nova proposta de Plano Diretor Municipal (PDM), são necessárias outras medidas que "reduzam a primazia do automóvel na hierarquia do sistema de transportes, que aumente a competitividade e a atratividade dos transportes coletivos e aposte nos modos ativos".

O período de discussão pública do projeto de revisão do PDM do Porto decorre por 35 dias úteis, podendo os seus contributos ser entregues até segunda-feira.

Para cumprir o objetivo da redução do tráfego rodoviário da cidade, a Campo Aberto defende uma inversão da lógica de primazia do automóvel na hierarquização da infraestrutura de transporte e a redução da velocidade rodoviária, transformando todas as ruas de "provimento local" em ruas de coexistência ou zonas de 30.

Neste âmbito, a associação defende ainda uma redução do trânsito na Via de Cintura Interna (VCI) como via de atravessamento da Área Metropolitana do Porto.

Por outro lado, os ambientalistas propõem a redefinição de valores mínimos de estacionamento para novos empreendimentos de habitação multifamiliar, e sugerem que se isente a dotação mínima de estacionamento para uso turístico.

Propõe-se ainda que os peões tenham mais tempo nas passagens semaforizadas em detrimento do automóvel e a criação de Zonas de Emissões Reduzidas (ZER) na cidade.

Em matéria de circulação pedonal e de bicicletas, a Campo Aberto defende a densificação da rede de ciclovias, o alargamento da rede de bicicletários, definindo um número mínimo de lugares, e a criação de um sistema público de bicicletas partilhadas.

Os ambientalistas propõem ainda que se potencie as ruas de coexistência - Zonas 30 e Zonas XXI - como complemento da rede ciclável e se assegure 1,5 metros de largura mínimos de passeio livre de obstáculos em todas as ruas da cidade.

Em matéria de transportes, defendem o alargamento da rede de corredores BUS de elevada qualidade e a ferrovia ultraligeira, bem como o alargamento da rede de metro enquanto parte integrante de um sistema intermodal de transportes, e a criação de parques de estacionamento periféricos em locais estratégicos.

A Campo Aberto propõe ainda, em matéria de acessibilidade para pessoas com mobilidade condicionada, tornar todos os edifícios públicos acessíveis e o alargamento do Sistema de Itinerários Acessíveis.

Entre outras, a associação defende a criação de zonas de travessia de peões na diagonal e o aumentar do número de lugares de estacionamento destinados a pessoas com mobilidade condicionada.

Esta iniciativa resulta do trabalho colaborativo entre a Campo Aberto - Associação de Defesa do Ambiente, a MUBi - Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta - Secção Local do Porto, a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta - Delegação Porto/Norte e outras pessoas em nome individual.