“Apenas três atletas representam o Afeganistão”, disse o porta-voz talibã do Ministério do Desporto, Atal Mashwani, referindo-se a três atletas do género masculino.

“Neste momento, os desportos femininos estão proibidos no Afeganistão. Se os desportos femininos não são praticados, como podem fazer parte da seleção nacional?”

Em meados de junho, o COI anunciou a presença em Paris de uma seleção afegã composta por três atletas masculinos (no atletismo, na natação e no judo) e outras tantas mulheres (no atletismo e no ciclismo), sem revelar a sua identidade.

Todos eles, exceto o judoca, moram no exterior, disse o diretor-geral do Comité Olímpico Afegão, Dad Mohammad Payenda Akhtari.

O porta-voz do COI, Mark Adams, garantiu no mês passado que o Comité Olímpico Afegão, cujos principais líderes estão no exílio, é “o seu único interlocutor para a preparação e participação da seleção afegã”.

Os atletas afegãos que participarem em Paris o fa-lo-ão com as cores preto, verde e vermelho da antiga bandeira do regime derrubado pelos talibãs no verão de 2021, após a retirada das tropas americanas destacadas no país asiático.

Desde o regresso dos talibãs ao poder, há três anos, endureceram as condições de vida das mulheres afegãs, proibindo-as de praticar desporto, bem como de estudar, o que levou as Nações Unidas a denunciar o “apartheid de género”.