Carlos César assumiu esta posição no final da reunião semanal da bancada socialista, na Assembleia da República, depois de questionado se a revisão da Lei de Bases da Saúde é uma das matérias que poderá transitar para a próxima legislatura.

"Continuaremos o nosso diálogo com todas as forças políticas, sem exceção, seja na Lei de Bases da Saúde, onde me parece possível designadamente um acordo à esquerda, seja no caso da Lei de Bases da Habitação, no Programa Nacional de Investimentos ou na legislação laboral", respondeu.

No caso da Lei de Bases da Saúde, fonte socialista disse à agência Lusa que voltaram a estar em curso conversações com o PCP, nomeadamente no que respeita à redação sobre as Parceiras Público Privadas (PPP), mas também com o Bloco de Esquerda, neste caso sobre limitação de taxas moderadoras.

Carlos César justificou o facto de "não excluir a possibilidade" de um acordo à esquerda "em função do diálogo" que tem havido entre as diferentes forças políticas "e do que tem sido possível isolar como fatores que neste momento diferenciam as propostas dos partidos".

"Vamos ver se essas diferenciações são ou não suficientes para haver uma dissonância numa votação final global. Não quero acrescentar nada mais porque nós falamos com todos - evidentemente com maior facilidade com uns do que com outros dependendo do tema. E a nossa obrigação é procurar a concertação", frisou o líder da bancada socialista.

No mês passado, no processo de revisão da Lei de Bases da Saúde, PS e Governo desentenderam-se sobretudo com o Bloco de Esquerda, depois de a bancada socialista ter modificado a redação antes sugerida pela ministra da Saúde, Marta Temido, sobre a existência de PPP no setor.

Enquanto a ministra da Saúde admitiu fechar a possibilidade de manutenção das PPP, o PS admitiu-as em casos "fundamentados", opção que gerou protestos do Bloco de Esquerda e também do PCP.

Em relação à parte final da presente legislatura, o presidente do Grupo Parlamentar do PS referiu que parte das matérias em discussão na Assembleia da República "só terá conclusão, provavelmente, depois das eleições europeias" do próximo dia 26.

"Temos ainda algum tempo para trabalharmos em conjunto e procurarmos boas soluções. Mas o PS, no parlamento, reserva para si a função de não só defender as suas convicções, mas, igualmente, procurar com outros partidos a maior concertação possível", acrescentou.

(Notícia atualizada às 14:35)