De acordo com a Rede Extrajudicial de Apoio ao Cliente Bancário (RACE), quem mais pede ajuda para cumprir créditos são maioritariamente pessoas do sexo feminino, com idades entre os 30 e os 50 anos, a viverem sozinhas, com rendimentos abaixo de mil euros.

Esta situação, explica a RACE ao Jornal de Notícias, deve-se frequentemente a situações de perda de rendimentos, causando a incapacidade de cumprir os contratos de crédito. No entanto, não são só pessoas sozinhas e mais vulneráveis a passar dificuldades em pagar os seus empréstimos.

De acordo com a RACE, desde 2023 que a tendência tem crescido junto de famílias de classe média.  “Com o aumento das taxas de juro e da inflação começaram a surgir mais pessoas casadas ou em união de facto, entre os 30 e os 50 anos, com um ou dois filhos e com pelo menos um dos elementos do casal a trabalhar”, diz Laura Ferreira, coordenadora do RACE do TRIAVE - Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo do Ave, Tâmega e Sousa, ao JN.

Se em 2022 houve um total de 693 processos de renegociação de dívidas acompanhados pelos gabinetes da RACE — cujos serviços são gratuitos —, só no primeiro semestre de 2023 esse valor disparou para 933.

A mesma especialista sugere que as pessoas recorram a aconselhamento “antes de contraírem empréstimos”, para evitar situações delicadas.