Ouvida na comissão parlamentar de Saúde, Ana Paula Martins explicou que uma norma na Lei do Orçamento do Estado indica que “só o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde pode nomear pessoas, gestores para as Unidades Locais de Saúde (ULS) até ao final de 2024”.

“Vou dizer isto correndo o risco de ser um ‘headline’ amanhã nos jornais: eu sou a rainha de Inglaterra. Eu não posso nem nomear, nem exonerar. Também não estou interessada em exonerar, mas em nomear estava”, adiantou a ministra aos deputados.

Segundo referiu, é “muito grave” que a Unidade Local de Saúde São José, que equivale ao antigo Centro Hospitalar Lisboa Central e junta oito hospitais, esteja há mais de um ano sem diretor clínico.

“Aqui é muito claro porque eu pedi diretamente à direção executiva do SNS para nomear a pessoa que nos era proposta, ou outra pela direção executiva, e foi-me recusado. E isso acho que é muito grave. É muito grave não haver diretor clínico num dos maiores hospitais do país”, alertou a governante.

De acordo com Ana Paula Martins, a direção clínica é “fundamental para a organização da hierarquia médica e para dar respostas objetivas do ponto de vista assistencial” num hospital.

“É muito grave, sim, haver situações em que não temos diretor clínico há mais de um ano. E eu pergunto como é que a Ordem dos Médicos, com quem temos uma extraordinária colaboração, ainda não se insurgiu com essa matéria”, questionou a ministra da Saúde.

A ministra foi hoje ouvida sobre a demissão, no final de abril, do diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde, o médico Fernando Araújo, a pedido do grupo parlamentar do PS.