A noite não deu tréguas e face a "condições meteorológicas que estão a dificultar a ação dos homens no terreno", está "neste momento está a decorrer toda a logística necessária para permitir que 80 elementos da Força Especial dos Bombeiros possam chegar a Madeira nas próximo as horas”, avançou o Governo Regional.

No comunicado, a Secretaria Regional de Saúde e Proteção Civil refere que “esta força de homens irá complementar todo o trabalho que está a ser feito no terreno pelos bombeiros, Polícia Florestal e demais entidades envolvidas neste combate ao incêndio”.

“Mais informamos que na última hora os meios no terreno foram reforçados e as equipas de intervenção florestal afetas à Guarda Nacional Republicana foram acionadas”, indica a tutela, sem precisar o número de meios.

O Serviço Regional de Saúde da Madeira (Sesaram) disponibilizou duas linhas de apoio a todos os utentes da região, uma assegurada pelo serviço de psicologia, com o número 969320140, e a linha de apoio SRS 24h, assegurada pelo gabinete de apoio à família, com o número 800242420.

Em declarações aos jornalistas no Curral das Freiras, concelho de Câmara de Lobos, cerca das 13:00, o secretário regional da Saúde e Proteção Civil adiantou que cerca de 50 famílias estavam a receber apoio clínico, social e psicológico no Curral das Freiras, na Madeira, depois de esta noite terem sido retiradas das suas habitações devido ao incêndio que atinge a freguesia.

Vários habitantes foram obrigados a sair das suas habitações devido a este incêndio, principalmente na encosta de Terra Chã, onde ardeu uma casa, e Seara Velha Nesta altura, está temporariamente fechado o acesso ao Curral das Freiras.

A noite foi complicada, com as mudanças de vento a fazerem com que o incêndio ganhasse força na sua combustão durante a madrugada, explicou o autarca. Hoje a Casa do Povo do Curral das Freiras ajuda com a distribuição de almoços, jantares e lanches, através de três carrinhas no terreno.

As chamas avançam em duas frentes. Uma em Curral das Freiras, outra na freguesia de Jardim da Serra. De acordo com balanço da Proteção Civil às 9h30, eram 56 operacionais e 18 viaturas no terreno, juntamente com o meio aéreo e Unidade Móvel de Telecomunicações e Emergência do SRPC.

“Na Ribeira Brava, o incêndio continua ativo na frente da Encumeada, embora fora de zonas habitacionais, onde uma Equipa de Combate a Incêndios Rurais (ECIR), afeta aos Bombeiros Mistos da Ribeira Brava e Ponta do Sol, mantém vigilância ativa”, informou a Proteção Civil.

“No Curral das Freiras, o incêndio já se espalhou por toda a encosta, colocando em risco as áreas de Seara Velha e Terra Chã de Cima, tendo o evoluir do incêndio nesta freguesia originado a evacuação de residentes das suas habitações por segurança e precaução, desencadeada pelo Serviço Municipal de Proteção Civil de Câmara de Lobos”, acrescentou a Proteção Civil.

Já no concelho de Câmara de Lobos, o fogo está "ramificado entre as localidades do Jardim da Serra e Curral das Freiras”, sendo que, no Jardim da Serra, “as chamas aproximam-se de zona habitacional, apesar de ainda não haver residências em perigo”.

No terreno estão as corporações de Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos, Companhia de Bombeiros Sapadores do Funchal, Bombeiros Voluntários Madeirenses, Bombeiros Mistos da Ribeira Brava e Ponta do Sol, Companhia de Bombeiros Sapadores de Santa Cruz e Bombeiros Municipais de Machico, e Comando Regional de Operações de Socorro (CROS).

Em declarações à RTP Madeira, o Sindicato Nacional da Proteção Civil, através do seu secretário-geral, afirma que devem ser pedidos meios aéreos ao governo nacional. O governo nacional, ontem, contactou o presidente do executivo madeirense a oferecer apoio no combate aos incêndios, mas Miguel Albuquerque transmitiu que os meios no terreno são suficientes, disse à Lusa fonte governamental.

Entretanto, o líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, classificou de “incompreensível e irresponsável” a decisão de Miguel Albuquerque, de rejeitar o apoio da República para o combate aos incêndios na ilha.

Já o secretário regional de Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, justifica a recusa de mais meios nacionais porque a região tem muito mais bombeiros e viaturas de combate aos fogos. Respondendo às perguntas dos jornalistas no centro do Curral das Freiras, Ramos acha que não é necessário ter mais meios quando o vento forte impede o helicóptero de operar com a frequência desejada, recordando que um helicóptero não tem autonomia para voar de Lisboa até à Madeira.

Ramos relembra ainda que na Madeira existem 750 bombeiros e que tem apenas neste momento no terreno 54, e em termos de viaturas existem 100 e no terreno estão 18, ou seja,  "nem 10% dos meios da Região estão a ser utilizados”.

De recordar que o incêndio deflagrou na quarta-feira de manhã, na Serra de Água, concelho da Ribeira Brava, numa zona de difícil acesso. As chamas propagaram-se na quinta-feira à noite às zonas altas do concelho de Câmara de Lobos, atingindo as serras do Jardim da Serra.

Segundo o Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira, o combate ao fogo está a ser dificultado por estar a lavrar em áreas de difícil acesso aos meios operacionais pedestres.

Por precaução e questões de segurança, o Instituto das Florestas e Conservação da Natureza encerrou diversos percursos pedestres classificados: PR 1 – Vereda do Areeiro; PR 1.3. – Vereda da Encumeada; PR 2 – Vereda do Urzal; PR 12 – Caminho Real da Encumeada

Notícia atualizada às 16h41.