Além das 11 pessoas mortas, 14 ficaram feridas.

Oficiais do governo, líderes políticos e partidários estavam reunidos no aeroporto para receber o influente líder uzbeque e ex-senhor da guerra quando a explosão aconteceu.

Dostum, que se encontrava num veículo blindado, nada sofreu, informou o seu porta-voz Bashir Ahamd Tayanj.

O suicida estava a pé, segundo o Ministério do Interior, que acrescentou que entre as vítimas fatais se encontram uma criança e membros das forças de segurança.

Dostum, que é acusado de violações dos direitos humanos no Afeganistão e se encontrava na Turquia desde maio de 2017, foi recebido como uma celebridade.

O seu regresso, que foi alvo de muita especulação, acontece no meio de violentos protestos em várias províncias no norte do país, o seu tradicional reduto.

Milhares de seguidores de Dostum saíram às ruas nas últimas semanas, obrigaram o encerramento de centros eleitorais e bloquearam estradas para exigir a libertação de um líder da milícia pró-governamental e pedir a volta de Dostum.

As notícias do regresso de Dostum pouco acalmaram os ânimos e os manifestantes juraram este domingo que continuarão com os protestos até que o líder da minoria étnica uzbeka determine o contrário.

"Nós não confiamos no governo. Continuaremos com os nossos protestos a menos que o general Dostum nos peça que paremos", afirmou à AFP Ehsanulá Qowanch, líder das manifestações na província de Faryab.

O avião em que Dostum chegou foi fretado especialmente pelo governo afegão para levá-lo de Ancara.

O general Abdul Rashid Dostum, que foi chefe de guerra do norte do Afeganistão e foi primeiro vice-presidente do país, foi investigado em janeiro de 2017 pela justiça sob pressão dos países ocidentais depois de ter ordenado que a sua guarda pessoal capturasse o seu adversário, Ahmad Ishchi, um ex-governador sexagenário, que, além de sequestrado, foi torturado e sodomizado com um fuzil de assalto AK-47.

Deixou o país em maio de 2017 para evitar a justiça e as suas tentativas para regressar haviam fracassado até agora.