A embarcação foi avistada na tarde de quarta-feira a 440 milhas (815 km) ao sul da ilha de Tenerife, tendo um outro navio de passageiros resgatado "68 pessoas (...) além de três mortos", afirmaram as autoridades marítimas locais em comunicado.

A embarcação ficou "à deriva com outros dois corpos, que não foi possível recuperar devido às más condições meteorológicas na área", acrescenta a nota.

Os dados sobre o número de sobreviventes são provisórios: os serviços de resgate solicitaram ao navio uma nova contagem, informou o Salvamento Marítimo, que vai tentar localizar os destroços da embarcação dos imigrantes, "apesar das condições meteorológicas adversas".

Segundo os dados do Ministério do Interior, desde o início do ano 18.977 migrantes chegaram às Ilhas Canárias por via marítima em 290 embarcações. 5.914 chegaram em 126 barcos no mesmo período do ano passado.

Em 2023, quase 40 mil migrantes chegaram ao arquipélago próximo à costa do norte de África, o que supera os números máximos de 2006.

A Espanha é uma das três grandes portas de entrada europeias para a imigração, ao lado de Itália e da Grécia.

A rota migratória do Atlântico é particularmente perigosa devido às fortes correntes, mas também pelas embarcações precárias que frequentemente estão sobrecarregadas e sem o equipamento necessário para as viagens em alto-mar.

Apesar dos problemas, a rota ganhou popularidade porque é menos vigiada do que as rotas do Mar Mediterrâneo, revela a AFP.

Muitos barcos - a maioria longas embarcações de pesca de madeira - partem dos portos de Marrocos, Saara Ocidental ou Mauritânia, mas também de países mais remotos e ao sul, como Gâmbia e Senegal.

Mais de 5 mil migrantes morreram ao tentar chegar à Espanha pelo mar, nos primeiros cinco meses do ano - a grande maioria na rota para as Ilhas Canárias -, o que equivale a 33 mortes por dia, denunciou na semana passada a ONG espanhola Caminhando Fronteiras, que calculou os dados após uma análise "exaustiva" das rotas migratórias para a Espanha.