Carlos César falava aos jornalistas no final da reunião da bancada socialista, depois de confrontado com a posição assumida pelo primeiro-ministro, António Costa, em recente entrevista à TVI, segundo a qual o grau de compromisso entre os partidos de esquerda dá para serem amigos, mas não dá para casar.

O presidente do Grupo Parlamentar do PS partilhou este ceticismo de António Costa sobre a possibilidade de elementos do Bloco de Esquerda ou do PCP poderem integrar um eventual futuro Governo socialista.

"Não reinterpreto o que diz o secretário-geral do PS, mas creio que ele foi claro quando disse que se fez um percurso ao longo destes anos [de Governo]. Estamos satisfeitos com os resultados desse percurso e entendemos que pode ser repetido, particularmente na dimensão que tem tido", começou por responder Carlos César.

No entanto, sobre a hipótese de aprofundar o atual compromisso entre as forças de esquerda (PS, PCP, Bloco de Esquerda e PEV), o líder da bancada socialista defendeu que a presença num Governo implica um grau de comprometimento "mais densificado e elevado".

"Colocar-se-ia a questão de saber se o PCP poderia ter a pasta da Defesa Nacional ou se o Bloco de Esquerda podia ter o lugar de ministro dos Negócios Estrangeiros. Isso implicava da parte desses partidos um compromisso que não existe neste momento. Mas a vida é assim, todos podem mudar", disse.