Carlos César falava aos jornalistas depois de confrontado com as buscas realizadas no âmbito da "Operação Tutti Fruti", em que estarão em causa suspeitas da prática de crimes económico-financeiros decorrentes da contratação de pessoal e da adjudicação direta de serviços a empresas ligadas ou controladas por dirigentes políticos, sobretudo do PSD, mas também alguns do PS.

Segundo a Procuradoria-Geral da República de Lisboa (PGR), foram realizadas cerca de 70 buscas, incluindo escritórios de advogados, autarquias, sociedades e instalações partidárias "em diversas zonas geográficas do território continental e dos Açores".

"Para além daquilo que saiu na comunicação social, não conheço os fundamentos. Trata-se de uma atividade policial de investigação. As polícias é que sabem. São as polícias que devem responder", declarou o presidente do Grupo Parlamentar do PS.

Interrogado sobre o facto de o PS ter manifestado na quarta-feira "total disponibilidade" para colaborar com as investigações, Carlos César reagiu: "O que mais faltava era não poder colaborar".

"Essa é sempre uma declaração muito formalista e muito oficial. É essa a obrigação, é o que todos fazem. Era o que faltava que o PS não o fizesse", completou o líder parlamentar socialistas.

"Creio que tudo deverá decorrer da forma como desejam as entidades que procuram investigar esses factos. Mas não é assunto que conheça", acrescentou.