Morales (2006-2019) compareceu à convocação de 11 dirigentes de partidos políticos para discutir as eleições por voto popular de ministros do poder judiciário e definir as primárias para nomear os seus candidatos para as eleições do próximo ano.

O ex-presidente, de 64 anos, e líder do Movimento ao Socialismo (MAS) chegou aos arredores do TSE cercado por dezenas de simpatizantes. Enquanto ele entrava no órgão eleitoral, chegaram seguidores de Arce e começaram os conflitos.

Por algumas horas, apoiadores de ambas as figuras do MAS lutaram entre si com pedras e paus e trocaram socos e pontapés, o que resultou em pelo menos um ferido, de acordo com o vice-ministro de Governo.

"Lucho [Luis Arce], não estás sozinho!", gritaram os seguidores do presidente boliviano de 60 anos, no poder desde 2020, enquanto os seus adversários respondiam: "Evo presidente, Evo presidente!".

O MAS ficou dividido em dois blocos: um apoia Morales e outro, Arce. Ambos disputam a liderança do partido e a candidatura para as eleições de 2025. Morales anunciou que se candidatará novamente à presidência, enquanto o atual chefe de Estado disse que ainda não tomou uma decisão.

As divergências entre os dois também se manifestaram em relação ao incidente militar de 26 de junho em La Paz. Arce garantiu que houve uma tentativa de golpe, enquanto Morales falou de um autogolpe para elevar a imagem presidencial.

A reunião convocada pelo TSE procura um acordo para desbloquear as eleições judiciais e as primárias nos partidos.

O Congresso não chegou a um consenso para aprovar uma lei sobre como e quando será a eleição dos magistrados, e os partidos enfrentam dificuldades para cumprir os prazos na designação de seus candidatos presidenciais.