Empatados, o juiz explicou aos atletas que tinham duas opções: disputar um desempate, ou compartilhar o ouro. Os dois amigos então olharam-se nos olhos, apertaram as mãos e celebraram juntos a vitória.

O bielorrusso Maksim Nedasekau completou o pódio, com o bronze.  Os três atletas superaram os 2,37 metros, mas Barshim e Tamberi terminaram em igualdade perfeita, ficando à frente do seu rival no número de tentativas.

Num vídeo que já se tornou viral é possível ver o qatari e o italiano em conversa com o juiz. Barshim pergunta então "podemos ter os dois ouro?" e, não se ouvindo a resposta do oficial, vira-se então para Tamberi e concorda em partilhar a medalha, selando o acordo com o aperto de mão e um abraço.

Os dois mostraram-se visivelmente emocionados, mas Tamberi foi particularmente efusivo, ele que teve uma lesão grave no tornozelo e que o impediu de competir no Rio2016. O italiano celebrou junto do público com o gesso que o acompanhou durante a recuperação, onde pôde ler-se "Road to Tokyo2020", com essa data riscada depois e corrigida para "2021".

Tamberi, de resto, partilhou também a alegria de vencer junto de Patrícia Mamona, que obteve a medalha de prata na final feminina de triplo salto.

Tamberi
Tamberi créditos: EPA/HOW HWEE YOUNG

Com este ouro, Barshim, de 30 anos, completa a sua coleção de medalhas, após conquistar o bronze em Londres-2012, e a prata, em Rio-2016.

Tamberi soma o seu ouro olímpico aos já obtidos títulos do mundial "indoor" de 2016 e o europeu, no mesmo ano, ambos ganhos antes da lesão.

A Itália viveu um dos seus grandes momentos nestes Jogos no Estádio Olímpico, em Tóquio, que testemunhou duas medalhas de ouro em menos de dez minutos.

Ao título de Tamberi juntou-se a surpreendente vitória do também italiano Lamont Marcell Jacobs nos 100 metros, com um tempo de 9 segundos e 80 centésimos, novo recorde europeu.