Esta quarta-feira, a NASA anunciou que a tripulação da aeronave Starliner, da Boeing, estacionada na Estação Espacial Internacional (EEI), pode voltar à Terra apenas em fevereiro de 2025, a bordo da Crew Dragon, da SpaceX de Elon Musk.

De acordo com a CNN, Butch Wilmore e Suni Williams, os astronautas veteranos da NASA, estão presos no espaço há mais de 60 dias, sete semanas a mais do que o inicialmente previsto. Uma missão lançada a 5 de junho e projetada para durar cerca de oito dias, foi prolongada devido a problemas no sistema de propulsão da nave Boeing, que a NASA se tem esforçado para resolver, mas sem sucesso.

Em dúvida sobre a segurança que a aeronave oferece, os astronautas podem ficar agora mais seis meses fora da Terra. “Eu diria que as hipóteses de regresso da Starliner sem tripulação aumentaram um pouco com base no que aconteceu na última semana”, disse Ken Bowersox, o administrador da Direção de Missões de Operações Espaciais da NASA, referindo-se aos processos de revisão interna, que precisam de ser concluídos antes que uma data de regresso seja definida. Os “(...) novos dados a chegar, as novas análises e discussões diferentes podem mudar o rumo da decisão", disse.

Até então, o regresso dos astronautas já foi planeado e adiado inúmeras vezes. Agora, as autoridades impuseram que a agência espacial tomasse uma decisão até, aproximadamente, “meados de agosto”.

Os problemas de propulsão da Boeing

A CNN salienta que a agência espacial descobriu que o excesso de calor à volta de alguns dos propulsores da Starliner era o que estava a causar o problema, ao inchar as vedações de 'teflon' e restringir o fluxo de propelente.

Durante uma conferência de imprensa dada aos jornalistas, foi explicado que a incerteza sobre se este é o verdadeiro problema, bem como de que forma é que pode estar a afetar a Starliner no espaço, baseia-se nas divergências existentes dentro da NASA sobre o nível de segurança que o veículo oferece para trazer de volta a tripulação. Os funcionários da agência estão "cada vez mais desconfortáveis ​​com a incerteza à volta dos propulsores”.

Enquanto a NASA trabalha para chegar a um consenso, a Boeing mantém a sua visão de que o regresso dos astronautas, na sua aeronave, é seguro.

Esta foi a primeira vez que a empresa norte-americana, Boeing, transportou astronautas até ao espaço.