A iniciativa do executivo municipal também foi aprovada, por unanimidade, na mais recente reunião da Assembleia Municipal de Portalegre, através de um "voto de solidariedade", de acordo com um comunicado enviado pela câmara à agência Lusa.

“O que estamos a fazer com os refugiados não passa só pelo ensino da nossa língua, mas também por ajudarmos na socialização e integração na nossa comunidade”, disse o presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre - Castelo Branco, Elicídio Bilé, em declarações à Lusa.

Com a aprovação da proposta, a Cáritas Diocesana espera “dar a conhecer” aos cerca de 25 refugiados que vivem em Portalegre a história e os monumentos da cidade alentejana.

“Estamos a falar de famílias, de várias idades e nacionalidades, gente nova com filhos que nasceram recentemente. Já conseguimos fazer o reagrupamento familiar na maioria dos casos e tem sido também um trabalho muito positivo”, salientou.

Segundo Elicídio Bilé, os refugiados têm tido uma “vida normal” na cidade com o apoio da Cáritas, em termos de alimentação para que possam viver “com o mínimo de condições”.

O vice-presidente da Câmara de Portalegre, João Nuno Cardoso, disse que a decisão foi tomada de forma a mostrar solidariedade com o problema com que os refugiados são confrontados.

Na opinião do autarca, os refugiados estão “pouco a pouco” a integrar-se na vida da cidade e alguns deles possuem formação superior, o que poderá contribuir também para o desenvolvimento do concelho.

A tomada de posição da Assembleia Municipal de Portalegre sobre o acolhimento de refugiados, apresentada pelo movimento Candidatura Livre e Independente por Portalegre (CLIP), que lidera o executivo, contêm no seu texto manifestações de repúdio contra atos ou comentários xenófobos.

“Lamentavelmente tem havido, sobretudo através das redes sociais, uma onda de indignação relativamente ao acolhimento de refugiados em Portalegre e a alguns pequenos benefícios aprovados pela câmara municipal na sequência da proposta da Caritas Portalegre - Castelo Branco”, lê-se no documento.

Deste modo, a Assembleia Municipal de Portalegre considera “inadmissível a propagação de atitudes xenófobas” em qualquer município do país.

“Para que não restem dúvidas, a Assembleia Municipal manifesta a sua total solidariedade para com os refugiados que sejam acolhidos em Portalegre, solidarizando-se também com o executivo municipal na tomada de medidas que visem minimizar o sofrimento decorrente da catástrofe migratória, em conjugação com as entidades nacionais e da sociedade que acompanhem o processo”, lê-se ainda no documento.