“Com a sua ação encarna hoje a coragem dos soldados de há 100 anos”, enalteceu Martine Aubry olhando para o primeiro-ministro português no final da sua intervenção.

Falando do Governo socialista português, a ex-ministra do Trabalho, antiga secretária-geral do PS francês e candidata derrotada em eleições primárias (perdeu em 2011 à segunda volta para François Hollande), disse que o Governo de António Costa “demonstrou que é possível voltar ao bom equilíbrio” da economia, referindo como exemplo o recuo no desemprego.

A comitiva portuguesa que desde domingo está em França para as evocações dos 100 anos da Batalha de La Lys, uma das mais mortíferas da história militar portuguesa ao ter feito 7.000 vítimas, incluindo centenas de mortos, feridos e mais de 6.000 prisioneiros, começou por ouvir a autarca falar da coragem dos soldados portugueses que sobreviveram ao confronto.

Dizendo que os portugueses ajudaram os franceses na região de Lille e que “a sua resistência foi corajosa depois da batalha”, a autarca congratulou-se também com “a vitalidade dos portugueses que residem em Lille”, cerca de 200 mil.

Na sua intervenção, António Costa lembrou que “em reconhecimento pelo sofrimento de Lille, em 1920 o Governo português concedeu-lhe a ordem de Torre e Espada, a mais alta condecoração militar portuguesa”.

As intervenções ocorreram após uma visita à exposição “Le Portugal e la Grande Guerre” e de ter sido descerrada uma placa comemorativa da participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial.

Antes, o primeiro-ministro esteve noutra cidade do norte de França, Arras, onde saudou também os lusodescendentes e familiares de militares que combateram na Primeira Grande Guerra Mundial e inaugurou uma exposição no Museu de Belas Artes.

A exposição mostra obras de um pintor que esteve na frente de batalha, Adriano de Sousa Lopes, associadas aos artistas contemporâneos Alexandre Conefrey e Daniel Barroca.

A exposição "Le Portugal au Front: Visions d'artistes (1918-2018)" ["Portugal na frente: visões de artistas"] junta 16 desenhos de Sousa Lopes, 32 desenhos de Alexandre Conefrey e um vídeo de Daniel Barroca.

De Adriano de Sousa Lopes (1879-1944), o "oficial-artista" que acompanhou os soldados lusos nos campos de instrução e nas trincheiras, são apresentados 16 desenhos documentais, feitos a carvão, "datáveis de 1917- 1918".