"Muitas vezes começamos assim, com uma medida de gestão do espaço público, ou seja, um sinal de trânsito, um pilarete, o que seja, para vedar a circulação automóvel, e à medida que vamos ter disponibilidade, fazemos empreitadas para formalizar esta alteração de uso do espaço público. É o caso da Rua das Carmelitas", disse à Lusa o vereador Pedro Baganha, que tem o pelouro do Urbanismo e Espaço Público na Câmara do Porto.

Em causa está uma empreitada de 164 mil euros, a cargo da empresa municipal Gestão e Obras do Porto (GO Porto), que terá início na terça-feira e tem término previsto para 02 de setembro.

A Rua das Carmelitas "hoje já tem o trânsito automóvel condicionado, porém o seu desenho ainda está de acordo com uma tipologia de rua com passeios e rodovia em níveis diferentes, com obstáculos à livre circulação dos peões", caracterizou Pedro Baganha.

Assim, a intervenção da GO Porto "é uma obra relativamente simples na sua execução", que consiste em "subir a cota da faixa de rodagem para a cota dos passeios", mas "complexa porque a zona é pressionada ao nível do comércio, do turismo e da sua utilização pedonal", nomeadamente devido à presença da Livraria Lello no local.

Questionado sobre a execução da obra em pleno verão, Pedro Baganha disse que a pressão na Rua das Carmelitas "acontece durante todo o ano", também devido a estar no centro da 'movida', tendo "permanentemente gente a utilizá-la".

"Estamos em permanente contacto com os lojistas e comerciantes daquela zona, e a informação vai ser sempre atempadamente dada às pessoas que lá trabalham e usam aquele troço de rua, no sentido de tentarmos minimizar o inconveniente", assegurou o vereador.

Reconhecendo que "não há uma boa altura para fazer a obra", Pedro Baganha salientou que "foi possível fechar o projeto agora, foi possível ter disponibilidade financeira para fazer a obra agora, e é por isso que ela avança agora", em duas fases.

Segundo informação adiantada à Lusa pela Câmara do Porto, na primeira fase, até 02 de agosto, o trânsito estará proibido na Rua das Carmelitas "no troço compreendido entre a Rua do Dr. Ferreira da Silva e a Rua de Cândido dos Reis", e "na Rua da Galeria de Paris, no troço compreendido entre a Rua das Carmelitas e a Rua de Santa Teresa".

Já de 02 de agosto a 02 de setembro, o trânsito estará proibido "na Rua de S. Filipe de Nery, no arruamento de acesso à Rua das Carmelitas; na Rua de Cândido dos Reis, no troço compreendido entre a Rua das Carmelitas e a Rua de Santa Teresa; e na Rua das Carmelitas, no troço compreendido entre a Rua da Galeria de Paris e a Rua de Cândido dos Reis".

As passagens pedonais, bem como os acessos a estabelecimentos comerciais e ao parque de estacionamento estarão assegurados, assim como as cargas e descargas, das 06:30 às 11:00, segundo a Câmara do Porto.

Finda a obra, a via garantirá a possibilidade de receber acessos autorizados, tais como veículos de logística para cargas e descargas.

O projeto insere-se na Rede 20, uma rede de percursos prioritários para peões, bicicletas e trotinetes que abrange cerca de 30 quilómetros de arruamentos e estabelece, em alguns, uma velocidade máxima de circulação automóvel de 20 quilómetros por hora.

A Rede 20 incide no centro da cidade, num polígono com 2,4 quilómetros quadrados definido pelas ruas Álvares Cabral e Gonçalo Cristóvão (a norte), ruas da Restauração, D. Manuel II, Maternidade, Boa Nova e Boa Hora (a poente), e pelas ruas da Alegria e Fontainhas (a nascente).

A Rede 20 será implementada de forma gradual, prevendo-se que esteja concluída em três anos.