“O suposto responsável pelos incêndios criminosos na sinagoga foi preso”, publicou o ministro na rede social X (antigo Twitter), acrescentando que a força policial que efetuou a prisão foi atacada a tiro.

O suspeito foi preso em Nimes, a cerca de 40 km de La Grande-Motte. Duas pessoas das suas relações também foram detidas, segundo a Procuradoria Nacional Antiterrorismo. Darmanin ordenou um reforço do policiamento nos locais frequentados por judeus.

Dois carros, um deles com um camião de gás, foram incendiados em frente à sinagoga Beth Yaacov, na cidade costeira localizada a 25 km de Montpellier, informou a polícia.

Após a explosão, também ocorreu um incêndio na entrada da sinagoga, embora as chamas tenham sido rapidamente extintas, segundo os investigadores. Duas portas do templo foram danificadas.

Um polícia municipal chamado ao local ficou ferido, disse à AFP o autarca de La Grande-Motte, Stéphan Rossignol, sem dar detalhes sobre o seu estado.

O presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou o que chamou de "ato terrorista" e ressaltou que "a luta contra o antissemitismo" é um combate diário.

França "livrou-se de uma tragédia absoluta”, declarou à noite o primeiro-ministro Gabriel Attal, que visitou o local. "Os primeiros elementos mostram que o agressor estava decidido, e que, se a sinagoga estivesse cheia, provavelmente teria havido vítimas humanas”.

As autoridades pediram o reforço da segurança em torno dos locais de culto judaicos.

Rossignol afirmou que nas imagens captadas pelas câmaras de vigilância aparece um indivíduo a atear fogo a carros. Segundo uma fonte próxima ao caso, o suspeito também aparece com uma bandeira da Palestina.

Outra fonte indicou que o homem carregava duas garrafas vazias e tinha uma bandeira da Palestina na cintura. Terá deixado o local a pé.

Numa das imagens, parecia armado, possivelmente com uma pistola 9mm, acrescentou a mesma fonte.

La Grande-Motte tem cerca de 8.500 habitantes, mas a população aumenta durante a temporada turística de verão.

Alerta

França e outros países europeus elevaram o estado de alerta desde o início da guerra entre Israel e o movimento Hamas na Faixa de Gaza, a 7 de outubro.

Attal informou que a Procuradoria Nacional Antiterrorismo está encarregada da investigação.

"A sinagoga de La Grande-Motte foi alvo de um ataque esta manhã", escreveu no X. "Um ato antissemita. Mais uma vez, os nossos conterrâneos judeus são o alvo", acrescentou.

A explosão ocorreu em pleno sábado, dia de descanso semanal dos judeus, mas não havia cultos no momento, segundo uma fonte policial responsável pela investigação.

"Dentro da sinagoga havia cinco pessoas, incluindo o rabino, que não ficaram feridas", afirmou a Procuradoria Nacional Antiterrorismo em nota.

França abriga a maior população judaica fora de Israel e dos Estados Unidos, e também a maior comunidade muçulmana da União Europeia.

O governo francês contabilizou 887 atos antissemitas no primeiro semestre de 2024, quase três vezes mais do que no mesmo período de 2023.

O Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (CRIF) chamou a explosão de "ataque às vidas dos judeus".

"O uso de uma botija de gás num carro no momento em que se espera que os fiéis chegassem à sinagoga não é simplesmente um incêndio criminoso", disse o presidente do CRIF, Yonathan Arfi. "Isso mostra uma intenção de matar."