BE

A líder do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, apresentou hoje três argumentos para mostrar a preocupação com o crescimento da extrema-direita na Europa, independentemente do resultado das eleições em França.

“Independentemente do que acontecer nas eleições em França, há três coisas que nós sabemos. Primeiro é que Macron e o centro liberal teve uma política irresponsável, governou contra os franceses, uma política antissocial e que apostou apenas na chantagem da extrema-direita para se manter no poder”, apontou Mariana Mortágua.

No entender da líder bloquista, “esta foi uma estratégia que destruiu a política em França, destruiu a esperança e a capacidade das pessoas de olharem para o futuro com esperança”.

À margem da abertura da 12.ª edição da Sementeira, a semana cultural organizada pelo Bloco de Esquerda de Viseu, que acontece no centro histórico da cidade, Mariana Mortágua, questionada pelos jornalistas, apresentou outros dois argumentos.

“A extrema-direita é um perigo. Ela recolhe essa desilusão com o futuro, mas ela é um perigo, porque é assente na xenofobia, é assente no ódio, no medo, na divisão e, hoje, é por isso, que os olhos estão postos em França com medo sobre o que vai acontecer no futuro”, apontou.

Por último, e no seu entender de Mariana Mortágua, é a esquerda que tem um “projeto alternativo e de esperança e dentro da esquerda foi a França Insubmissa, a esquerda mais à esquerda que foi capaz de apresentar um plano mais alternativo” para a França.

“Foi capaz de reunir as condições para a união da esquerda em França e se hoje olhamos para França com medo, alguns, com preocupação, mas também com muita esperança, isso se deve à esquerda em França que mostra que é um caminho e que é uma alternativa”, acrescentou Mariana Mortágua.

Mais tarde, na rede social X, a coordenadora do BE escreveu que “a esquerda derrotou a extrema-direita”.

“O povo francês mostrou que a escolha não é entre o centrão neoliberal e a extrema-direita. A vitória da esquerda, liderada pela @FranceInsoumise, abre caminho a um projeto radicalmente social e ecologista. A esperança ganha força na Europa”, salientou a bloquista.

PS

"A Nova Frente Popular venceu as eleições em França. A extrema-direita foi claramente derrotada. 'A França merece melhor do que uma alternativa entre neoliberalismo e fascismo', como disse Olivier Faure, secretário-geral do Partido Socialista", escreveu Pedro Nuno Santos nas redes sociais.

"Felicito a esquerda francesa e a sua unidade por este extraordinário resultado. A melhor barreira contra a extrema-direita está na defesa e aprofundamento do Estado Social. Unida, a esquerda venceu a extrema-direita nas urnas, agora terá de a vencer na governação e nas políticas públicas", pode ainda ler-se.

Chega

O líder do Chega considerou que o resultado das eleições francesas constitui “uma verdadeira derrocada para a Europa”.

“Desastre para a economia, tragédia na imigração e mau no combate à corrupção”, acrescentou, também numa publicação na rede social X.

PAN

Na mesma rede social, a porta-voz do PAN considerou que “o povo francês derrotou a extrema-direita”, defendendo que “foi um dia bom para a democracia, que mostra que nunca se devem decretar vencedores antecipados e a vitória do progresso social e ambiental”.

Livre

Em comunicado, o Livre assinalou que “os eleitores franceses mobilizaram-se e afluíram em massa às urnas para evitar o primeiro governo de extrema-direita desde a Segunda Guerra Mundial”, mas referiu que este é, “de longe, o melhor resultado de sempre da extrema-direita em eleições legislativas em França”.

O Livre destacou que este é “o momento de agir e de pôr em prática as medidas sociais, ecologistas, progressistas que respondam aos anseios de todas e todos os que vivem em França”, considerando ser necessário “criar uma República social e ecologista que seja clara e indubitavelmente feminista, antirracista, ecologista e progressista”.

O partido salientou ainda que “este resultado mostra que a convergência de forças progressistas, ecologistas e de esquerda é a melhor forma de, em paralelo, combater a extrema-direita e criar uma alternativa de governação”.

*Com Lusa