Sonya Massey, de 36 anos, ligou para a polícia relatando um possível intruso em sua casa. Os agentes chegaram após a meia-noite de 6 de julho, conforme informou o gabinete do xerife do condado de Sangamon.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que Massey "deveria estar viva hoje", se não fosse por este tiroteio policial.

O oficial Sean Grayson, que é branco, foi acusado de assassinato.

Nas imagens das câmaras corporais divulgadas na segunda-feira, Massey é vista a conversar com dois agentes em sua casa, enquanto eles pedem a sua identificação e ela procura-a entre alguns papéis.

Os agentes do xerife alertaram para que ela tomasse cuidado com uma panela de água a ferver. "Não precisamos de um incêndio enquanto estamos aqui", dizem.

Quando um deles dá um passo para trás, Massey pergunta porque é que ele fez isso, e ele responde a rir: "quero ficar longe da sua água quente e do vapor".

Segurando a panela, Massey responde calmamente: "eu repreendo-o em nome de Jesus", o que faz um ajudante do xerife responder: "É melhor que não o faças. Eu juro por Deus que vou dar um tiro na tua maldita cara", sacando da sua arma.

Massey pede desculpa e agacha-se enquanto os agentes gritam "largue a maldita panela". Em seguida, atiram em Massey. Depois, um dos agentes disse que estava com medo de acabar queimado "na maldita cabeça".

Biden disse na segunda-feira que Massey era "uma querida mãe, amiga, filha e jovem negra".

"Quando pedimos ajuda, todos nós como americanos, independentemente de quem sejamos ou onde vivamos, deveríamos poder fazê-lo sem temer pelas nossas vidas", afirmou em comunicado.

O advogado de direitos civis Ben Crump, que representa a família de Massey, considerou o vídeo "um dos piores vídeos de tiroteio policial já vistos".

"A justiça igualitária é primordial", disse Crump em uma conferência de imprensa nesta terça-feira. A vice-presidente Kamala Harris conversará com os familiares da vítima, acrescentou o advogado.

Tiroteios e brutalidade policial frequentemente provocam indignação e protestos nos Estados Unidos, um país com um longo histórico de discriminação racial.