O advogado Francisco Vellozo Ferreira, depois de falar com os moradores, afirmou que estes se encontram “muito satisfeitos, muito emocionados”, num misto de “cansaço, alegria e emoção”.

O advogado falava aos jornalistas, à entrada do edifício, momentos depois de ter sido conhecida a decisão do tribunal.

O Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Braga aceitou hoje a providência cautelar movida no dia 24 de junho pelos últimos moradores do prédio Coutinho, em Viana do Castelo, que assim suspende os despejos.

O advogado esclareceu que os moradores podem sair e voltar a entrar, podem “passear no jardim”, receber os familiares. A partir de agora, o acesso ao edifício é “completamente livre”, diz Vellozo Ferreira.

Minutos depois da decisão vários moradores vieram à janela, sorridentes, tendo um deles acenado em sinal de festejo. Ouviu-se também soar, numa das janelas, o que parecia ser uma sirene de vuvuzela.

Entretanto, já começou a haver alguma movimentação à entrada do prédio, tendo saído um homem que preferiu não prestar declarações. Também três pessoas entraram sem que lhe tenha sido barrada a passagem.

Segundo fonte da Câmara Municipal de Viana do Castelo, a reposição dos serviços de água, luz e gás será feita em breve.

O Edifício Jardim, localmente conhecido como prédio Coutinho, tem desconstrução prevista desde 2000, ao abrigo do programa Polis, mas a batalha judicial iniciada pelos moradores travou aquele projeto, durando há quase duas décadas.

Para o local onde está instalado o edifício, está prevista a construção do novo mercado municipal da cidade.

A ação de despejo dos nove últimos moradores no prédio esteve prevista para as 09:00 do dia 24 de junho, na sequência de uma decisão do TAF de Braga, de abril, que declarou improcedente a providência cautelar movida em março de 2018.

No entanto, os moradores recusaram-se a sair e há oito dias que se mantêm no prédio sem água, gás e eletricidade.

Durante a semana passada foi também proibida a entrada de alimentos.