As contas do Diário de Notícias revelam que entre os 174 cabeças-de-lista às eleições legislativas que se vão realizar no próximo dia 30 de janeiro, apresentados pelos oito partidos com representação parlamentar, há apenas 60 mulheres. Ou seja, no topo destas listas apenas 34,4% das listas são encabeçadas por mulheres.

O único partido com paridade nos cabeças-de-lista é o Bloco de Esquerda, com 11 homens e 11 mulheres a encabeçar as listas aos 22 círculos eleitorais do país. Na ponta oposta está o Chega com apenas duas candidatas no topo das suas listas.

O Partido Socialista e o Partido Social Democrata coincidem nos números, em 22 lugares de liderança têm seis candidatas contra 16 candidatos. Ambos reduzem o número de mulheres no topo das listas em relação a 2019, quando os socialistas apresentaram oito e os sociais-democratas sete.

Olhando para os restantes partidos com assento parlamentar, a CDU, coligação que inclui PCP e PEV, assim como o PAN apresentam 10 mulheres na liderança das listas aos 22 círculos eleitorais. A Iniciativa Liberal apresenta nove mulheres cabeças-de-lista.

Já o CDS apresenta números semelhantes aos do PS e PSD com seis mulheres como líderes de listas.

Recorde-se que a Leia da Paridade, aplicada às listas de candidaturas para a Assembleia da República, para o Parlamento Europeu e para os órgãos das Autarquias Locais, onde se inclui também a lista de candidatos a vogal das juntas de freguesia e as listas de candidatos às mesas dos órgãos deliberativos das autarquias locais (assembleias municipal e assembleia de freguesia), exige a representação mínima de 40% de cada um dos sexos - isto na globalidade e não tendo em conta os lugares da lista.

O diploma obriga ainda a que não haja mais de dois candidatos seguidos do mesmo sexo.