Um grupo de cidadãos, com o apoio de um comité de ação política vinculado ao Partido Democrata, denunciou o candidato independente por ter fornecido um endereço residencial "falso" no estado de Nova Iorque.

Kennedy, de 70 anos, famoso advogado ambientalista, passou a maior parte da sua vida em Nova Iorque, mas vive há uma década na Califórnia com a sua esposa, a atriz Cheryl Hines.

Após ouvir os argumentos de ambas as partes, a juíza Christina Ryba decidiu numa sentença divulgada na noite de segunda-feira que a petição de candidatura no estado "seja invalidada" e instruiu a junta eleitoral de Nova Iorque a não inscrever ou imprimir o nome do candidato nos boletins de voto para as eleições presidenciais de 5 de novembro.

William Savino, advogado de Kennedy, anunciou à AFP que irá recorrer da decisão. Além disso, outros advogados apresentaram uma queixa num tribunal federal de Manhattan alegando a "inconstitucionalidade" da decisão.

Uma peculiaridade da Constituição dos Estados Unidos faz com que os candidatos à Presidência e à vice-presidência que venham do mesmo estado não possam receber os votos eleitorais deste estado. No caso de Kennedy, a sua companheira de corrida, Nicole Shanahan, informou que vive na Califórnia.

Com 54 votos colegiados, a Califórnia é fundamental para as aspirações de qualquer candidato à Presidência.

A decisão da juíza Ryba pode abrir a porta para sentenças semelhantes em outros estados, uma vez que Robert usou o mesmo endereço em Nova Iorque para recolher assinaturas a fim de inscrever a sua candidatura.

Este descendente da dinastia Kennedy está nos boletins de voto de 19 estados, incluindo alguns que podem ser decisivos, como Michigan e Carolina do Norte. Além disso, noutros 20 estados, a sua campanha solicitou o estatuto de terceiro partido, incluindo Nova Iorque, segundo a imprensa.

Durante meses, Kennedy apareceu nas sondagens com uma média de 10% das intenções de voto quando o presidente democrata Joe Biden ainda era candidato à reeleição contra o republicano Donald Trump.

Mas após a desistência de Biden em favor da vice-presidente Kamala Harris, o seu apoio caiu para metade, estando agora em cerca de 5%.

Dado o cenário apertado das projeções para as eleições de novembro, o Partido Democrata tem tentado impedir o acesso de candidatos independentes que possam roubar votos.

"Não confiam que podem vencer nas urnas, então tentam impedir que os eleitores possam escolher", declarou Kennedy, citado pela imprensa local, num comunicado na segunda-feira.