“Fazer a lei e determinar assuntos com transparência e com clareza, eu creio que isto também é vontade de todos os partidos políticos e esta oportunidade que, afinal de contas, o Presidente da República lhes dá para refazerem as coisas de uma maneira mais clara é boa para todos”, afirmou Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa.

Manuel Clemente falava aos jornalistas em Fátima, no distrito de Santarém, após a reunião do conselho permanente da CEP.

“Eu creio que os próprios partidos políticos entenderão que toda a transparência é necessária na vida democrática, que as coisas se façam de maneira normal, com conhecimento que é sempre necessário da parte da sociedade”, acrescentou o cardeal-patriarca.

O diploma vetado pelo Presidente da República tinha sido aprovado no parlamento por PSD, PS, BE, PCP e PEV no dia 21 de dezembro, com votos contra de CDS-PP e PAN.

Além de alterações solicitadas pelo Tribunal Constitucional, o PS, PSD, PCP, BE e PEV concordaram em mudar outras disposições relativas ao financiamento partidário, entre os quais o fim do limite para as verbas obtidas através de iniciativas de angariação de fundos e o alargamento do benefício da isenção do IVA a todas as atividades partidárias.

O chefe de Estado anunciou o seu veto, invocando a "ausência de fundamentação publicamente escrutinável quanto à mudança introduzida no modo de financiamento dos partidos políticos".