Segundo a advogada Bárbara Marinho Pinto, que representa as famílias das duas vítimas - Sofia Baptista António, de 8 anos, e José Lima, de 56 -, os assistentes no processo decidiram recorrer para o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), mas pediram uma prorrogação do prazo legal de 30 dias para interpor recurso, devido ao “volume do processo e à complexidade da matéria controvertida”.
No requerimento dirigido à juíza do Tribunal de Almada, a advogada considera que o prazo legal é insuficiente porque a preparação das alegações de recurso exige uma análise cuidada da prova, incluindo o depoimento do perito e dos pilotos ouvidos pelo tribunal.
No passado dia 14 de maio, o Tribunal de Almada absolveu o piloto instrutor Carlos Conde de Almeida, único arguido no processo, que tinha sido acusado de dois crimes de homicídio durante a aterragem de emergência, após uma falha de motor, na praia de São João da Caparica, no concelho de Almada, distrito de Setúbal.
A aterragem de emergência do avião ligeiro de instrução Cessna 152, no dia 02 de agosto de 2017, provocou a morte de José Lima e da Sofia, que estavam no areal, mas o coletivo do tribunal considerou não ter ficado provado em audiência de julgamento que o piloto Carlos Conde de Almeida não tivesse cumprido os procedimentos de emergência a que estava obrigado.