O debate transmitido na segunda-feira à noite na RTP, e que teve a moderação da diretora de informação do canal, Maria Flor Pedroso, contou com a participação de Pedro Marques (PS), Marisa Matias (BE), Paulo Rangel (PSD), Nuno Melo (CDS-PP) e João Ferreira (CDU – coligação que junta PCP e PEV).

O primeiro a falar sobre as suas prioridades foi João Ferreira, cabeça de lista pela CDU, que considerou ser “impossível responder do ponto de vista prático”, dado ter “múltiplas batalhas para travar”.

Entre essas batalhas, o atual eurodeputado comunista falou de questões sociais, como “os baixos salários”, assinalando que a União Europeia está “perante a perspetiva de nivelar por baixo as condições de vida e de trabalho”.

Por isso, defendeu, a CDU propõe uma medida que consiste em “não admitir retrocessos face a patamares mais elevados de progresso” de alguns países e “admitir apenas convergência no progresso”.

De seguida, o democrata-cristão Nuno Melo apontou que “um compromisso fundamental” será a “boa execução de fundos comunitários” e da política agrícola comum, através da “correção da disparidade entre Portugal e os outros países”.

Considerando que Portugal usufrui de “um mar imenso” e que “a limpeza dos mares vai a benefício do mundo, vai a benefício do planeta”, o também atual deputado ao Parlamento Europeu defendeu a existência de “fundos direcionados no novo quadro para limpeza de praias, limpeza de mar”.

“Na União Europeia, Portugal vai ser o país mais prejudicado pelo aquecimento global”, salientou o cabeça de lista do CDS-PP, assinalando ser necessário encontrar “formas de preservação dos recursos aquíferos, transformação de água salgada em água potável, condução e poupança de água”.

Pelo BE, Marisa Matias prometeu continuar a dedicar-se à “defesa das pessoas e dos seus problemas concretos”.

Apontando a existência de “três eixos fundamentais”, a candidata referiu que o primeiro é “a defesa dos serviços públicos”, contrariando o que apelidou de “um ataque permanente a setores que são fundamentais, como a saúde”.

Sobre o segundo, a “questão do emprego”, Marisa Matias salientou que a União Europeia não permite a Portugal “tirar a ‘troika’ do código laboral”.

O terceiro pilar são as alterações climáticas que, na agenda do Bloco, são “obviamente um combate fundamental”.

Assim que chegar a Estrasburgo, cidade que acolhe o Parlamento Europeu, o cabeça de lista do PS, Pedro Marques, disse que vai pegar no orçamento da União Europeia, para “fazer todos os esforços para melhorar a proposta que foi apresentada”.

Outra das prioridades do candidato socialista - o único presente no debate que não é atualmente eurodeputado - é a reforma da zona euro.

Também debruçando-se sobre temas sociais, Pedro Marques elencou que questões como a precariedade e a “igualdade salarial na perspetiva de género” vão ser focadas pelo PS no próximo mandato, caso seja eleito.

Paulo Rangel, o último a responder a esta pergunta, afirmou que “há várias prioridades” para os próximos cinco anos.

Para o cabeça de lista do PSD, a principal será “acompanhar o problema do quadro financeiro plurianual”, embora também se tenha comprometido a defender os “direitos sociais, mas de forma realista” e não através de “um contrato romântico e utópico”, como considera ser a proposta dos socialistas.

Quanto às questões sociais, Rangel apontou ainda que, do seu manifesto eleitoral, consta um “programa europeu de luta contra o cancro”, que contará com “investimento maciço”, bem como “uma estratégia comum de natalidade”.

As eleições para o Parlamento Europeu estão marcadas para domingo.