Em comunicado, o Comando Metropolitano de Lisboa avançou que “no âmbito da investigação foram identificados dois polícias, atualmente em funções na Polícia Municipal de Lisboa, que se crê estarem ligados ao negócio da exploração das mulheres para a prostituição”.

Associações de apoio especializado à vítima de violência sexual:

Quebrar o Silêncio (apoio para homens e rapazes vítimas de abusos sexuais)
910 846 589
apoio@quebrarosilencio.pt

Associação de Mulheres Contra a Violência - AMCV
213 802 165
ca@amcv.org.pt

Emancipação, Igualdade e Recuperação - EIR UMAR
914 736 078
eir.centro@gmail.com

A investigação decorre “há cerca de um ano e meio” e permitiu identificar uma estrutura que “explorava mulheres para a prostituição, submetendo-as a condições degradantes e desumanas, obrigando-as a trabalhar de forma quase permanente, limitando a sua liberdade e autodeterminação”.

De acordo com a nota, na quarta-feira foram realizadas buscas domiciliárias, na zona da Grande Lisboa e no Algarve, que tinham como objetivo recolher indícios da prática dos crimes.

A estrutura investigada e agora descoberta é composta por uma mulher que “geria o negócio e que contava com diversos colaboradores”, quer no espaço utilizado para a prostituição, quer como rede de apoio.

Segundo a PSP, foram realizadas sete buscas domiciliárias - seis às residências dos suspeitos e uma ao local utilizado para a prática da prostituição - e foram cumpridas ainda buscas na Polícia Municipal de Lisboa, local de trabalho dos dois polícias investigados.

Os detidos têm idades entre os 40 e 45 anos, não sendo conhecidas as idades dos suspeitos constituídos arguidos. A polícia não especifica se os agentes municipais estão entre os detidos.

O primeiro interrogatório judicial está agendado para hoje.

A CNN Portugal avançava esta manhã que dois agentes da PSP, atualmente colocados na Polícia Municipal de Lisboa, foram detidos, na última madrugada, num esquema de tráfico de seres humanos com vista à exploração sexual, numa operação da própria Divisão de Investigação Criminal da PSP, em articulação com o Ministério Público no DIAP de Lisboa.

"Dezenas de mulheres eram colocadas em casas e forçadas a prostituir-se 24 horas por dia, sob ameaças e recurso a violência física - servindo os dois agentes da PSP, que se deslocavam fardados aos locais onde as vítimas eram forçadas a prostituir-se, como forma de intimidação e coação sobre as mesmas para que cumprissem as ordens que recebiam", indica o canal.

As autoridades realizaram ainda buscas nas instalações da Polícia Municipal de Lisboa e noutros locais do país, com a participação de vários magistrados, o que resultou na detenção de uma mulher que se dedicava à exploração de várias vítimas provenientes do Brasil.