Em comunicado, o ex-presidente da Iniciativa Liberal justificou a sua candidatura com a necessidade de inverter “os resultados das últimas eleições europeias, em que o Renovar a Europa perdeu mais de 20% dos seus lugares”.

“Algo precisa de mudar. Seja no trabalho político, seja na organização, seja na comunicação do grupo. Um liberal assume a responsabilidade das suas ações livres”, sustentou Cotrim de Figueiredo, defendendo que é necessário “apresentar como que correu mal” e “reconquistar a confiança dos eleitores europeus”.

O eurodeputado eleito disse estar “consciente de que a atual liderança parte em vantagem”, mas defendeu que é preciso “assumir com coragem algo que precisa de mudar a nível estrutural”.

A eleição vai realizar-se na terça-feira, pelas 16:00 locais (15:00 em Lisboa), no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

A eurodeputada francesa Valérie Hayer, do partido Renascimento, de Emmanuel Macron, foi eleita presidente do Renovar a Europa em janeiro de 2024. Na altura, a eurodeputada de 38 anos foi a única candidata.

O Renovar a Europa caiu para quarta força política representada no hemiciclo do Parlamento Europeu nas eleições que se realizaram entre 06 e 09 de junho.

De acordo com os resultados atualizados, os liberais conquistaram 74 lugares no hemiciclo, mas foram ultrapassados pelos Conservadores e Reformistas Europeus, que conseguiram 83 eurodeputados.

Há cerca de duas semanas, João Cotrim de Figueiredo reconheceu, em declarações aos jornalistas, que houve problemas de comunicação das propostas liberais um pouco por todos os Estados-membros, mas que a IL em Portugal estava em contraciclo.

A Iniciativa Liberal foi o quarto partido mais votado nas eleições europeias em Portugal. O partido elegeu dois eurodeputados, Cotrim de Figueiredo e Ana Vasconcelos Martins.

Em França, a coligação de que fazia parte o Renascimento sofreu uma pesada derrota para a União Nacional, o partido de extrema-direita liderado por Marine Le Pen.