Imagens transmitidas em direto pela RTP mostram disparos para o ar nas ruas, para dispersar as manifestações de estudantes.

Desde 18 de junho, foram convocadas manifestações em dias alternados, nomeadamente às terças e quintas-feiras.

Inicialmente, os jovens quenianos protestavam contra a controversa Lei das Finanças 2024, segundo a qual o Governo tencionava introduzir impostos como um IVA de 16% sobre produtos como o pão, e aumentar os impostos existentes sobre os serviços básicos.

Em 26 de junho, o presidente do Quénia, William Ruto, recusou-se a assinar o projeto de lei, 24 horas depois de uma forte mobilização em Nairobi, que terminou em conflitos entre os manifestantes e a polícia e levou à invasão do parlamento.

No entanto, os protestos, inicialmente pacíficos mas que se tornaram violentos, transformaram-se em manifestações antigovernamentais.

Desde o início dos protestos, a resposta das forças de segurança, que dispararam gás lacrimogéneo e até munições reais contra os manifestantes, causou a morte de pelo menos 50 pessoas, segundo a Comissão Nacional dos Direitos Humanos do Quénia (KNCHR).

Pelo menos 413 pessoas ficaram também feridas e foram registados 59 casos de desaparecimentos forçados, segundo o organismo de vigilância.