As rosas são conhecidas pelos seus espinhos afiados que sobressaem dos caules para afastar os animais que procuram mastigar os botões coloridos.

E não são as únicas plantas com este mecanismo de defesa. Tanto espécies selvagens como cultivadas pelo homem mantém os espinhos, o que tem vindo a atrair as atenções dos cientistas.

Segundo a CNN internacional, uma equipa de investigadores internacionais descobriu que a resposta está no ADN, traçando a origem de uma antiga família de genes que é responsável pelos espinhos em todas estas variações.

Um novo estudo, publicado na revista Science, abre as portas à criação de variantes sem espinhos ao mesmo tempo que fornece informações sobre a história evolutiva de um género de plantas extremamente diversificado.

No caso das rosas, os espinhos são diferentes dos de algumas espécies, já que estes são formados a partir da pela da planta, à semelhança do crescimento do cabelo.

Os cálculos dos cientistas mostram que os espinhos existem há pelo menos 400 milhões de anos, desde o aparecimento dos fetos e de plantas semelhantes, alguns dos quais com espinhos nos caules.

Quando uma característica comum, como os espinhos, aparece de forma independente em diferentes linhagens e espécies, tal é conhecido como "evolução convergente" — e ocorre quando as espécies se adaptam de forma semelhante a determinadas necessidades ambientais.

Neste caso, os autores do estudo descobriram que uma antiga família de genes conhecida como "Lonely Guy" [genes solitários], ou LOG, tem servido como guardiã da característica, ligando-a e desligando-a em diferentes espécies ao longo de milhões de anos.

Ao remover os espinhos de várias espécies, incluindo rosas e beringelas, os autores descobriram que um gene LOG era responsável pelos espinhos em cerca de 20 tipos de plantas estudadas.

Agora que o gene responsável pelos espinhos foi identificado, os cientistas podem remover os espinhos utilizando técnicas de edição do genoma. Em algumas espécies, para fins agrícolas, a remoção dos espinhos pode facilitar a colheita e abrir caminho para colocar produtos menos conhecidos nos mercados.

Um exemplo que os autores utilizam são as "passas do deserto", bagas cultivadas em arbustos espinhosos nativos da Austrália. Com a remoção dos espinhos, a baga poderia ser cultivada com muito mais facilidade e seria mais semelhante às bagas comuns dos supermercados.