Em causa está a gestão do Fundo de Proteção Social do Bombeiro, que, segundo um comunicado da APBV, precisa de “um aumento do financiamento, acompanhado de uma gestão mais otimizada e clara”.

O organismo que representa os bombeiros voluntários sublinhou ainda a necessidade de “um cabal e inequívoco esclarecimento da situação” por parte do secretário de Estado da Proteção Civil, Paulo Simões Ribeiro.

O pedido de audiência surgiu após o que a APBV descreveu como uma “lamentável troca de galhardetes nas redes sociais” entre a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), que representa as associações humanitárias detentoras dos corpos de bombeiros voluntários.

A APBV considerou ainda que “alguém está a mentir” entre a ANEPC - que tutela o setor e garante transferir o dinheiro para pagar os reembolsos das propinas universitárias e das mensalidades das creches dos filhos dos bombeiros - e a LBP, que faz a gestão do fundo e acusa a Proteção Civil de não transferir dinheiro suficiente.

Numa publicação esta quarta-feira no seu site e nas redes sociais, a ANEPC adiantou que já transferiu este ano 14 listas para reembolso de despesas devidas a 1.369 bombeiros e aos seus descendentes, ao abrigo do Fundo de Proteção Social do Bombeiro, acrescentando que “transfere impreterivelmente, todos os meses, (…) o montante estipulado por lei”.

Já a LBP reagiu hoje nas redes sociais e criticou a Proteção Civil por “sacudir a água do capote”, apontando a “insuficiência das verbas” transferidas para o fundo e lamentando que este tema esteja a ser discutido durante o Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais (DECIR).

“O argumento de meras disposições legais não a enjeita de enormes responsabilidades num processo que se arrasta há anos e que se agravou quando se mantiveram os mesmos montantes e se alargaram, e muito bem, os benefícios para os bombeiros em creches e propinas, mas sem o correspondente reforço”, referiu a LBP.