Este almoço privado de António Costa teve lugar no Embarcadouro do Mossulo, nos arredores de Luanda, antes de visitar a obra do novo Hospital Materno-Infantil de Camama, a cargo da construtora portuguesa "Casais", projeto que envolve cerca de 194 milhões de dólares norte-americanos.

De acordo com fonte do Governo português, as novas leis angolanas do investimento e da concorrência, que em breve entrarão em vigor, assim como as negociações de Angola com o Fundo Monetário Internacional (FMI), foram alguns dos temas abordados no almoço, numa tentativa de demonstrar o novo clima de negócios" que se pretende estabelecer neste país.

Com o primeiro-ministro português estiveram o governador do Banco Nacional de Angola, José Lima Massano, assim como os ministros das Finanças, Archer Mangueira, da Agricultura, Marcos Nenhunga, e das Relações Esteriores, Manuel Domingos.

Estiveram ainda os titulares angolanos das pastas da Comunicação Social, Justiça, Saúde e Ensino Superior, e pela parte portuguesa os ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, da Agricultura, Capoulas Santos, bem como os secretários de Estado Adjunto do ministro das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, e da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias.

"Neste almoço ficou bem patente a vontade do Governo angolano de mudar rapidamente nos planos económico e financeiro e gerar nova confiança no exterior", disse à agência Lusa um membro do executivo de Lisboa.

Após a visita às obras, o primeiro-ministro elogiou a empreitada da construtora portuguesa Casais, considerando importante a cooperação portuguesa, "não apenas na construção de infraestruturas rodoviárias, mas também no desenvolvimento de equipamentos de saúde".

Interrogado se tenciona regressar a Camama, em 2020, quando o novo hospital for inaugurado, o primeiro-ministro disse ter percebido a relação indireta da pergunta com as próximas eleições legislativas em Portugal, em outubro de 2019.

"A batizados e casamentos só vai quem é convidado. Portanto, deixemos a obra terminar e o Governo angolano convidar quem entender convidar. Percebi o ‘trocadilho’ sobre as eleições, mas os convites pertencem ao dono da obra", disse, usando um tom de humor.

Ainda nas declarações que prestou aos jornalistas, o primeiro-ministro salientou que Portugal "deve lançar novos projetos a partir de novos investimentos".

Já sobre os cidadãos nacionais que regressaram a Portugal nos últimos anos, após vários anos em Angola, António Costa referiu que alguns "voltaram por boas razões, devido à retoma da atividade económica no país".

"Esta visita, assim como a do Presidente da República de Angola, João Lourenço, a Portugal, em novembro, representam um sinal forte de confiança ao nível de investimentos nas duas direções", acrescentou.

[Notícia atualizada às 19h29]