Raúl Noblecilla e Ronald Atencio referiram, em comunicado, que a decisão foi tomada “em conjunto” após uma conversa com Castillo.

Mas enfatizaram que as razões para esta decisão são reservadas, noticiou a agência Europa Press.

Há apenas uma semana, o ex-Presidente peruano enviou uma carta ao Supremo Tribunal na qual afirmava que o seu “único e exclusivo advogado de defesa” era Atencio, de acordo com o jornal local ‘La República’.

Agora, a defesa do ex-Presidente foi assumida por um advogado da Defensoria Pública.

Após mais de uma semana de protestos e mobilizações que degeneraram em atos de vandalismo e confrontos – que fizeram pelo menos 23 mortos em todo o país -, os incidentes diminuíram no fim de semana à medida que as forças de segurança anunciavam estar a recuperar o controlo da situação.

O Peru atravessa uma crise política e social devido às manifestações que abalam o país desde a destituição do ex-Presidente Pedro Castillo.

Os protestos começaram a 07 de dezembro em várias regiões do Peru, particularmente na capital Lima e na parte sul dos Andes peruanos, depois do Congresso (parlamento) ter destituído Pedro Castillo da Presidência.

A destituição aconteceu depois de Castillo ter anunciado a dissolução do parlamento e a criação de um executivo de emergência, que governaria por decreto, medida interpretada maioritariamente como uma tentativa de golpe de Estado.

Na semana passada, o Supremo Tribunal do país deliberou que Pedro Castillo, sob investigação por rebelião, ia ficar em prisão preventiva durante 18 meses.

Os manifestantes exigem a demissão do Presidente Dina Boluarte (anteriormente vice-presidente), que substituiu Castillo no âmbito da sucessão constitucional, e o encerramento do Congresso, bem como a convocação de eleições gerais e de uma assembleia constituinte.

Boluarte, que defende a legalidade constitucional da sua gestão e que no sábado descartou renunciar ao cargo, apresentou um projeto-lei para antecipar as eleições gerais do país para dezembro de 2023, uma decisão que ainda tem de ser resolvida pelo Congresso.

O Governo peruano decretou o estado de emergência a nível nacional, por um período de 30 dias, em resposta aos protestos.

Devido aos acontecimentos no país, milhares de turistas ficaram retidos no Peru, incluindo cidadãos portugueses.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros informou hoje de manhã que 25 dos 66 portugueses que estavam no Peru já saíram do país.