"Esta continuará a ser a Casa de cada pessoa na Europa. Juntos, devemos defender a política da esperança, o sonho que é a Europa. Pela promessa dos nossos antepassados ​​e pais que ainda não foi cumprida", começou por garantir depois dos agradecimentos feitos na sua língua mãe, o maltês.

"Dois anos e meio depois, ainda quero que as pessoas recuperem o sentimento de crença e entusiasmo pelo nosso projeto [europeu]. A crença em tornar o nosso espaço partilhado mais seguro, mais justo e mais igualitário. A crença de que juntos somos mais fortes e melhores. A crença de que a nossa Europa é para todos" - continuou.

Numa lembrança do passado reforçou que a "a nossa Europa deve ser uma Europa de memória. Que aprenda com as lutas passadas e reconheça a luta de tantos que defenderam os ideais que às vezes tomamos como garantidos. A nossa Europa deve ser uma Europa da qual Adenauer, Mitterand, Wałęsa, Fenech Adami, Havel, Veil, Falcone, Borsellino se orgulhariam" - acrescentou.

Em Francês, destacou também que "a nossa Europa deve ser uma Europa que os honre, que honre a nossa história comum. E não há lugar melhor do que aqui em Estrasburgo, na sede do Parlamento Europeu, neste símbolo vivo da reconciliação, para recordar o passado e construir o futuro".

Reforçando esta ideia salientou que "partilhamos a responsabilidade de deixar à Europa um lugar melhor do que aquele que encontrámos" e deu vários exemplos de como o fazer: a segurança, a defesa, a competitividade do mercado comum, a educação, a cultura, o clima, as migrações e as fronteiras, a Inteligência Artificial ou os direitos das mulheres.

"Podemos construir a Europa com que Simone Veil e Nicole Fontaine sonharam. A Europa que Marie-Skłodowska-Curie não conseguiu aproveitar totalmente. A Europa que Giulia, Pelin, Ana Vanessa, Daphne e tantas outras mulheres nunca puderam ver. Faremos isso por eles, por todos aqueles que não conseguem falar e por todos aqueles que vierem  depois" —  disse a presidente do PE.

Lembrou ainda a sua viagem à Ucrânia no início do conflito: "A guerra de agressão russa contra a Ucrânia continua no topo da nossa agenda. Fui a Kiev em vosso nome no início da guerra. Foi uma visita que deu um novo impulso à nossa casa, uma nova visibilidade e influência. Esta assembleia ajudou a chamar a atenção política para a necessidade de apoiar a Ucrânia e essa luz [é a garantia de] que as pessoas confiam em nós para continuarmos a brilhar tão intensamente quanto possível. Seremos chamados a fazer mais. Devemos estar prontos para ir além do que é confortável e fazer o que for necessário".

Lembrou ainda outros conflitos, como a divisão no Chipre que este ano comemora 50 anos e as ameaças no Afeganistão e terminou com ao afirmar: "A Europa é esperança. A Europa é crença. A Europa somos todos nós. A Europa continua a ser a resposta. Vive l'Europe".

Recorde-se, que Metsola foi eleita com 562 votos, e venceu com o maior número de votos de sempre na eleição de um presidente do Parlamento Europeu. O resultado deu-lhe a maioria absoluta, para a qual bastavam 312 votos.

*O SAPO24 está acompanhar a eleição no Parlamento Europeu em Estrasburgo a convite do Parlamento Europeu