TROIA, A JOIA DO EGEU

Troia. O reino mais maravilhoso do mundo. A joia do Egeu. A reluzente Ílio, a cidade que se ergueu e caiu, não uma, mas duas vezes. Guardiã do tráfego que entrava e saía do bárbaro Oriente. Reino de ouro e de cavalos. Viveiro de profetas, príncipes, heróis, guerreiros e poetas. Sob a proteção de Ares, Artemisa, Apolo e Afrodite, foi durante anos o protótipo de tudo o que pode ser alcançado nos campos da guerra e da paz, do comércio e dos tratados, do amor e das artes, da governação, da compaixão e da harmonia entre os cidadãos. A sua queda abriu um buraco no mundo humano que possivelmente nunca será preenchido, salvo talvez na memória. Os poetas podem cantar a sua história uma e outra vez, transmitindo-a de geração em geração, para evitar que, ao perdermos Troia, percamos uma parte de nós mesmos.

Para compreender o que foi o fim de Troia, temos de compreender o seu início. O pano de fundo da nossa história tem muitas voltas e reviravoltas. Entra e sai um cortejo de nomes de lugares, de personalidades e de famílias. Não é necessário recordar todos os nomes, todas as relações de sangue e por casamento, todos os reinos e províncias. A história desenrola-se, e os nomes importantes, prometo, ficarão na memória.

Todas as coisas, incluindo Troia, começam e acabam com Zeus, o rei dos deuses, governante do Olimpo, senhor do raio, fazedor de nuvens e causador de tempestades.

Em outubro recebemos José Luís Peixoto

O escritor José Luís Peixoto é o convidado do próximo encontro do clube de leitura É Desta Que Leio Isto, no dia 28 de outubro, pelas 21h. Iremos conversar sobre o seu mais recente livro, Almoço de Domingo, mas também sobre outras das suas obras.

Para se inscrever no encontro basta preencher o formulário que se encontra neste link. No dia do encontro receberá um e-mail com todas as instruções para se juntar à conversa.

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Há muitos, muitos anos, quase antes do despertar da história dos mortais, Zeus casou-se com Electra, uma bela filha do titã Atlas e da ninfa do mar Plêione. Electra deu à luz um filho de Zeus, Dárdano, que viajou pela Grécia e pelas ilhas do mar Egeu em busca de um lugar onde pudesse fundar e edificar a sua dinastia. Chegou à costa jónica. Se nunca visitou a Jónia, fique a saber que se trata do território a leste do mar Egeu antigamente chamado Ásia Menor, mas que conhecemos hoje como Anatólia turca. Os grandes reinos da Frígia e da Lídia localizavam-se naquela região, mas eram já habitados e governados, pelo que Dárdano se estabeleceu no Norte, ocupando a península situada abaixo do Helesponto, o estreito onde Hele caiu do lombo do carneiro de ouro. Anos mais tarde, Jasão navegaria através do Helesponto para encontrar o tosão desse carneiro. O apaixonado Leandro atravessaria a nado o Helesponto durante a noite para se juntar à sua amada Hero. (1)

A cidade fundada por Dárdano foi chamada – com pouca imaginação e ainda menos modéstia – Dárdano, enquanto o reino recebeu o nome de Dardânia. (2) Após a morte do rei fundador, sucedeu-lhe o mais velho dos três filhos, Ilo, mas este morreu, por sua vez, sem herdeiros, deixando o trono ao irmão do meio, Erictónio. (3)

O reinado de Erictónio foi de paz e prosperidade. Abrigadas do vento pelo monte Ida, as terras eram alimentadas pelas águas dos generosos deuses-rios Simóis e Escamandro, que abençoaram a terra da Dardânia com grande fertilidade. Erictónio tornou-se o homem mais rico do mundo conhecido, famoso pelas suas três mil éguas e por inúmeros potros. Bóreas, o vento do norte, assumiu a forma de garanhão selvagem e gerou uma notável raça de cavalos com as poldras da manada de Erictónio. Estes potros eram tão ágeis e de pés tão ligeiros que galopavam pelos campos de milho sem quebrar um caule. Pelo menos, é o que se conta.

Cavalos e riquezas: sempre que falamos de Troia, falamos de cavalos prodigiosos e de riquezas incontáveis.

A Grande História de Troia
A Grande História de Troia créditos: Clube do Autor

FUNDAÇÃO

Após a morte de Erictónio, o filho trós sucedeu-lhe no trono. Este teve uma filha, Cleópatra, e três filhos: ilo (assim chamado em homenagem ao tio-avô), Assáraco e ganimedes. A história do prín- cipe Ganimedes é bem conhecida. A sua beleza era tal que o próprio Zeus foi tomado de uma paixão avassaladora por ele. Assumindo a forma de águia, fez um voo picado e levou o rapaz para o Olimpo, onde veio a ser o adorado amante, companheiro e copeiro de Zeus. Para compensar Trós pela perda do filho, enviou-lhe hermes, com a dádiva de dois cavalos divinos, tão rápidos e ligeiros que conseguiam galopar sobre as águas. Trós sentiu-se consolado com estes animais mágicos e com a garantia dada por Hermes de que Ganimedes era já naquele momento – e, por definição, sê-lo-ia sempre – imortal. (4)

Foi o príncipe Ilo, irmão de Ganimedes, quem fundou a nova cidade, à qual seria dado o nome de Troia, em honra de Trós. Ganhou uma prova de luta nos Jogos Frígios e o prémio consistiu em cinquenta mancebos e cinquenta donzelas e – mais importante ainda – uma vaca. Uma vaca muito especial que, sob a orientação de um oráculo, Ilo utilizou para a fundação de uma cidade.

«Onde a vaca se deitar, aí construirás tu.»

Se Ilo tivesse ouvido contar a história de Cadmo – e quem não ouviu? –, saberia que Cadmo e Harmonia, agindo de acordo com as instruções de um oráculo, tinham seguido uma vaca e esperado que o animal se deitasse, como indicação do local onde deveriam construir o que viria a ser Tebas, a primeira das grandes cidades-estado da Grécia. Poderá pensar-se que a prática de deixar as vacas escolher o lugar para a fundação de uma cidade é arbitrária e bizarra, mas talvez, se refletirmos um pouco, cheguemos à conclusão de que, afinal, não é assim tão estranho. O sítio tem também de dispor de abundantes recursos em carne, leite, couro e queijo para os cidadãos. Já para não mencionar os fortes animais de tração – bois para lavrar os campos e puxar carroças. Se uma vaca se deixa seduzir o suficiente pela amenidade de uma região para aí se deitar, então vale a pena prestar atenção. Seja como for, Ilo sentiu-se contente ao seguir a bezerra que lhe calhou em prémio desde o Norte da Frígia até Tróade,(5)  passar pelas encostas do monte Ida e chegar à grande planície da Dardânia; e foi aí, não muito longe da primeira cidade de Dárdano construída pelos bisavôs de Ilo, que a bezerra se deitou por fim.

Ilo olhou à volta. Era um belo lugar para aí nascer uma cidade. A sul, elevava-se o maciço do monte Ida e, a alguma distância mais a norte, situava-se o estreito do Helesponto. A leste, avistava-se o azul do mar Egeu e pela própria planície verde e fértil corriam os rios Simóis e Escamandro.

Ilo ajoelhou-se e orou aos deuses, pedindo um sinal de que não cometera nenhum erro. Resposta imediata, um objeto de madeira caiu do céu que aterrou aos seus pés, no meio de uma grande nuvem de poeira. Tinha mais ou menos a altura de uma criança de dez anos (6) e estava esculpido de forma semelhante a Palas Atena, com uma lança erguida numa das mãos e, na outra, uma roca e um fuso, representando as artes da guerra e as artes da paz, que a deusa dos olhos cinzentos dominava.

O ato de olhar para um objeto tão sagrado deixou Ilo cego. Tinha a sabedoria dos habitantes do Olimpo para não entrar em pânico. Caindo de joelhos, elevou aos céus preces de gratidão. Ao fim de uma semana de devoção inabalável, foi recompensado com o restabelecimento da visão. Transbordante de energia renovada e de zelo, Ilo entregou-se à tarefa de desenhar a nova cidade. Planificou as ruas de maneira a que irradiassem como os raios de uma roda a partir de um templo central, que dedicaria a Atena. No santuário mais profundo do templo, colocou a escultura de madeira de Palas Atena que caíra do céu: o xoanon, a boa sorte de Troia, o símbolo e garantia do estatuto divino da cidade. Enquanto este totem sagrado ali repousasse intacto, a prosperidade e a continuidade de Troia estariam asseguradas. Ilo acreditava que assim seria, e o mesmo criam as pessoas que afluíram para o ajudar na construção e no povoamento da nova cidade. Chamaram à escultura de madeira paládio e, a partir do nome do pai de Ilo, Trós, deram à cidade o nome de Troia e a si mesmos o de troianos.

Aí temos a genealogia fundadora, desde Dárdano até aos filhos Ilo Primeiro e Erictónio, cujo filho Trós gerou Ilo Segundo. A partir do seu nome, Troia é também chamada Ílio ou Ílion. (7)

MALDIÇÕES

Existia na Jónia outra linhagem real que devemos conhecer, porque é difícil sobrevalorizar a sua importância. Talvez os leitores conheçam já a história de Tântalo, que governou a Lídia, um reino situado ao sul de Troia. Tântalo serviu aos deuses o próprio filho Pélops, guisado. (8) O jovem foi reconstruído e ressuscitado pelos deuses e tornou-se um príncipe belo e popular e amante de Poseidon, que lhe ofereceria uma quadriga puxada por cavalos alados. Esta quadriga conduziu a uma maldição que, por sua vez, conduziu a… conduziu a quase todas as coisas…

Ilo sentiu-se tão indignado como qualquer outra pessoa com a depravação de Tântalo, suficiente para o expulsar da região pela força das armas. Seria de imaginar que Pélops não levantasse objeções à expulsão do pai – afinal, Tântalo tinha-o assassinado, ao seu próprio filho, cortado em pedaços e servido de fricassé aos habitantes do Olimpo –, mas não foi o que aconteceu. Assim que atingiu a idade adulta, Pélops reuniu um exército e atacou Ilo, mas foi facilmente vencido. Abandonou a Jónia, fixando-se numa terra longínqua a ocidente, uma península ao largo da Grécia continental, à qual, até hoje, se dá o nome de Peloponeso, em sua honra. Nesta notável extensão de terra formaram-se reinos lendários e cidades como Esparta, Micenas, Corinto, Epidauro, Trezena, Argos e Pisa. Esta Pisa não é, evidentemente, a cidade italiana onde se situa a torre inclinada, mas sim uma cidade-estado grega governada, na altura da chegada de Pélops, pelo rei Enomau, filho do deus da guerra, Ares.

Enomau tinha uma filha, Hipodâmia, cuja beleza e linhagem atraíam muitos pretendentes. O rei receava uma profecia que previa a sua morte às mãos de um genro. Naquela época, não havia conventos onde as filhas pudessem ser enclausuradas, pelo que Enomau tentou outra maneira de garantir que ela ficasse solteira para sempre – anunciou que a mão de Hipodâmia só poderia ser ganha pelo homem que o vencesse numa corrida de quadrigas. Este desafio continha uma rasteira: a recompensa pela vitória podia ser o casamento com Hipodâmia, mas o preço da derrota era a vida do pretendente. Enomau acreditava que não havia no mundo melhor condutor de quadrigas do que ele e, como tal, estava confiante em que a filha nunca viria a casar-se nem a dar-lhe o genro que a profecia o ensinara a recear. Apesar do risco drástico de perderem a corrida e da reputação inigualada de Enomau como condutor de quadrigas, dezoito valentes aceitaram o desafio. A beleza de Hipodâmia era grande e tentadora a perspetiva de ganharem a sua mão e a rica cidade-estado de Pisa. Dezoito homens haviam competido com Enomau e dezoito tinham sido derrotados; as cabeças, em diferentes estados de decomposição, enfeitavam os postes que cercavam o hipódromo.

Quando Pélops, expulso do seu reino natal da Lídia, chegou a Pisa, ficou impressionado com a beleza de Hipodâmia. Se bem que acreditasse nas suas capacidades de cavaleiro, pensou que seria sensato recorrer ao antigo amante Poseidon em busca de auxílio. O deus do mar e dos cavalos sentiu-se feliz por poder enviar a partir das ondas uma quadriga e dois corcéis alados de grande força e velocidade. Para ter ainda mais certezas, Pélops subornou o condutor de quadrigas de Enomau, Mirtilo, filho de Hermes, para o ajudar a ganhar. Motivado pela promessa de metade do reino de Enomau e de uma noite na cama com Hipodâmia (por quem também estava apaixonado), Mirtilo introduziu-se nas cavalariças na noite anterior à corrida e substituiu as cavilhas de bronze que fixavam o eixo da quadriga de Enomau por umas de cera.

No dia seguinte, quando a corrida principiou, o jovem Pélops tomou a dianteira, mas a habilidade de Enomau era tal que em breve começou a recuperar terreno. Estava quase a apanhar Pélops, com a lança levantada para desferir um golpe mortal, quando as cavilhas de cera cederam, as rodas soltaram-se da quadriga e Enomau foi arrastado para uma morte sangrenta sob os cascos dos próprios cavalos.

Mirtilo foi reclamar o que pensava ser a justa recompensa – uma noite com Hipodâmia –, mas esta foi a correr queixar-se a Pélops, que atirou Mirtilo ao mar do alto de um penhasco. Enquanto se debatia na água, afogando-se, Mirtilo amaldiçoou Pélops e todos os seus descendentes.

Mirtilo não é o mais conhecido dos heróis gregos. Contudo, a parte do Egeu onde ele caiu ainda hoje é designado mar Mirtoano. Durante anos incontáveis, os habitantes locais fizeram sacrifícios anuais em honra de Mirtilo no templo do seu pai, Hermes, onde o seu corpo ficou embalsamado. Tanta devoção por um homem fraco e libidinoso, que aceitara um suborno e causara a morte do seu próprio rei!

Mas voltemos à maldição sobre Pélops, porque ela é importante. Pélops e Hipodâmia tiveram filhos. E estes, por sua vez, tiveram filhos. E a maldição de Mirtilo recaiu sobre todos eles, como veremos.

Se esta história, a de Troia, tem algum significado ou moralidade, é a velha e simples lição de que todos os atos têm consequências. O que Tântalo fez, exacerbado pela ação de Pélops… os atos destes dois causaram a perdição da que seria a casa real mais importante da Grécia.

Enquanto isto, a casa real de Troia estava prestes a invocar a própria maldição...

Livro: “A Grande História de Troia”

Autor: Stephen Fry

Editora: Clube do Autor

Data de lançamento: 6 de outubro

Preço: 16,65€

O rei Ilo falecera e o trono de Troia era agora ocupado pelo filho Laomedonte. Enquanto Ilo fora devoto, diligente, engenhoso, honrado e providente, Laomedonte era ganancioso, ambicioso, débil, indolente e dissimulado. A sua ganância e ambição incluíram o desejo de desenvolver ainda mais a cidade de Troia, dando-lhe muralhas e baluartes de proteção, torres e torreões dourados, dotando-a de um esplendor que o mundo nunca conhecera. Em vez de traçar e executar ele próprio este plano, fez uma coisa que hoje pode parecer-nos estranha, mas possível naqueles dias em que deuses e homens caminhavam juntos pela Terra: encarregou dois deuses do Olimpo, Apolo e Poseidon, de fazerem o trabalho por ele. Os imortais não desdenhavam um pequeno contrato de trabalho, e os dois deuses lançaram-se no projeto de construção com energia e habilidade, empilhando grandes pedregulhos de granito e dando-lhes a forma de blocos perfeitos para criar as magníficas muralhas reluzentes. O trabalho ficou concluído em pouco tempo, e uma Troia recém-fortificada erguia-se orgulhosamente na planície da Ília, uma fortaleza grandiosa e imponente como nunca se vira antes. Mas quando Apolo e Poseidon se apresentaram a Laomedonte pedindo o pagamento, este, à semelhança do que muitos proprietários fizeram desde então, mordeu o lábio, sugou por entre os dentes e abanou a cabeça.

– Não, não, não – disse ele. – Os baluartes estão encurvados, e eu pedi que ficassem retos. E os portões do lado sul não são nada do que encomendei. E os contrafortes! Estão todos mal! Não, não posso pagar-vos um trabalho de tão fraca qualidade.

Dizem que os idiotas se separam rapidamente do seu ouro, mas deviam antes dizer que mais idiotas são os que recusam separar-se do seu ouro.

A vingança dos deuses enganados foi veloz e implacável. Apolo disparou flechas com peste por cima das muralhas para o interior da cidade e, poucos dias depois, ouvia-se por toda a Troia o som dos choros e lamentações, porque não havia família em que pelo menos um dos seus membros não tivesse sido atingido pela mortífera doença. Ao mesmo tempo, Poseidon enviou um enorme monstro marinho para o Helesponto. A navegação para oriente e para ocidente ficou bloqueada pela sua presença feroz, e Troia depressa se viu privada do comércio e das portagens de que dependia a sua prosperidade.

Lá se foi o paládio e a boa sorte de Troia.

Os cidadãos aterrorizados convergiram para o palácio de Laomedonte, pedindo auxílio. O rei recorreu aos sacerdotes e profetas, que foram todos da mesma opinião.

— É demasiado tarde para pagar aos deuses o ouro que lhes deves, majestade. Existe apenas uma maneira de os aplacar. Tens de sacrificar a tua filha Hesíone à criatura do mar.

Laomedonte tivera muitos filhos.(9)  Se bem que Hesíone fosse uma das preferidas, a sua carne e o próprio sangue importavam-lhe mais do que a carne e o sangue da filha, além de que sabia bem que, se ignorasse as indicações dos profetas, a assustada e irada populaça de Troia despedaçá-lo-iam e sacrificaria na mesma Hesíone.

— Fazei-o – ordenou o rei, com um suspiro fundo e um gesto irritado da mão.

Hesíone foi levada e acorrentada a um rochedo no Helesponto, aguardando o seu destino nas mandíbulas do monstro marinho. (10)

Troia inteira susteve a respiração.


1 A história de Hele, do Tosão de Ouro e de Jasão pode ser lida em A Grande História dos Heróis Gregos (página 173), enquanto a tragédia de Hero e Leandro se encontra em A Grande História dos Mitos Gregos (página 342). Numa fase posterior da História, estes estreitos, agora designados Dardanelos a partir do nome de Dárdano, foram causa de terríveis combates na cidade a que os gregos chamavam Kalli Polis (Bela Cidade) e que com o tempo passou a ser chamada Gallipoli. (N. do A.)

2 Nalgumas versões, Dárdano anexou, absorveu ou invadiu um reino já existente fundado pelo rei Teucro, filho do deus-rio escamandro e da oréade, ou ninfa das montanhas, Ida. Não deve confundir-se este Teucro com o arqueiro do mesmo nome que vamos conhecer mais adiante. Na poesia e em crónicas de uma fase posterior, os troianos são por vezes chamados teucrianos. (N. do A.)

3 O mais jovem dos três filhos de Dárdano, Ideu, deu o seu nome ao monte Ida, o mais alto dos picos do Sul da Dardânia. (N. do A.)

4 Na verdade, o copeiro vive duas vidas imortais nos céus noturnos: sob a forma da conste- lação Aquário, o Transportador de Água, e como lua do seu amante, Júpiter (os planetas têm nomes dos deuses romanos). (N. do A.)

5 Também em honra de Trós, toda a península começava a ser designada Tróade. (N. do A.)

6 Três antigos cúbitos gregos, de mais ou menos 1,38 metros. Um objeto de culto como este, de madeira e esculpido com a forma de divindade (geralmente uma deusa), chamava-se xoanon. (N. do A.)

7 Daqui deriva o nome do poema épico de Homero Ilíada. (N. do A.)

8 Zeus castigou Tântalo com um tormento eterno no submundo: a água e a fruta estavam sempre fora do seu alcance, o que originou o termo «tantalizar». Ver A Grande História dos Mitos Gregos (página 251). (N. do A.)

9 Um desses filhos, Titono, casou-se com Eos, deusa do amanhecer, e Zeus concedeu -lhe a imortalidade. A imortalidade, mas não a juventude eterna. Como resultado, Titono foi envelhecendo até que Eos o transformou num gafanhoto. Ver A Grande História dos Mitos Gregos (página 301). (N. do A.)

10 Destino idêntico teve a princesa etíope Andrómeda, que foi salva pelo trisavô (e meio-irmão) de Héracles, Perseu. Ver A Grande História dos Heróis Gregos, (página 47). (N. do A.)