Adélia Prado, nascida em Minas Gerais em 1935, "é autora de uma obra muito original, que se estende ao longo de décadas, com destaque para a produção poética", justificou o júri, que lhe atribuiu o Prémio Camões por maioria.

Esta é a 36.ª edição do Prémio Camões, instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988 e que é considerado o prémio de maior prestígio da língua portuguesa.

A intenção do prémio é homenagear um autor ou autora "que, pela sua obra, tenha contribuído para o engrandecimento e projeção da literatura em português", refere o protocolo.

O júri desta edição do Prémio Camões foi constituído pelos professores universitários Clara Rocha (Portugal), Isabel Cristina Mateus (Portugal), Francisco Noa (Moçambique), Cleber Ribas de Almeida (Brasil), Deonísio da Silva (Brasil) e Dionísio Bahule (Moçambique).

O Prémio Camões de literatura em língua portuguesa, instituído pelos Governos de Portugal e do Brasil, foi atribuído pela primeira vez em 1989, ao escritor português Miguel Torga. Em 2023, distinguiu o escritor e tradutor português João Barrento.

Segundo o texto do protocolo constituinte, assinado em Brasília, em 22 de junho de 1988, e publicado em novembro do mesmo ano, o prémio consagra anualmente “um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum”.

A história do galardão conta apenas com uma recusa, a de Luandino Vieira, em 2006.

Além de Brasil e Portugal, com 15 e 14 premiados, respetivamente, o Prémio Camões foi ainda atribuído a três personalidades literárias de Moçambique, duas de Cabo Verde, às quais se juntam o escritor Pepetela, de Angola, e o lusoangolano Luandino Vieira.

Adélia Prado junta-se a sete outras mulheres que receberam este galardão: As autoras brasileiras Rachel Queiroz (1993) e Lygia Fagundes Telles (2005), as portuguesas Sophia de Mello Breyner Andresen (1999), Maria Velho da Costa (2002), Agustina Bessa-Luís (2004) e Hélia Correia (2015) e a moçambicana Paulina Chiziane (2021).

Lista completa dos distinguidos com o Prémio Camões:

1989 – Miguel Torga, Portugal

1990 – João Cabral de Melo Neto, Brasil

1991 – José Craveirinha, Moçambique

1992 – Vergílio Ferreira, Portugal

1993 – Rachel Queiroz, Brasil

1994 – Jorge Amado, Brasil

1995 – José Saramago, Portugal

1996 – Eduardo Lourenço, Portugal

1997 – Pepetela, Angola

1998 – António Cândido de Mello e Sousa, Brasil

1999 – Sophia de Mello Breyner Andresen, Portugal

2000 – Autran Dourado, Brasil

2001 – Eugénio de Andrade, Portugal

2002 - Maria Velho da Costa, Portugal

2003 – Rubem Fonseca, Brasil

2004 – Agustina Bessa-Luís, Portugal

2005 – Lygia Fagundes Telles, Brasil

2006 – José Luandino Vieira, Portugal/Angola

2007 – António Lobo Antunes, Portugal

2008 – João Ubaldo Ribeiro, Brasil

2009 – Arménio Vieira, Cabo Verde

2010 – Ferreira Gullar, Brasil

2011 – Manuel António Pina, Portugal

2012 – Dalton Trevisan, Brasil

2013 - Mia Couto, Moçambique

2014 - Alberto da Costa e Silva, Brasil

2015 - Hélia Correia, Portugal

2016 - Raduan Nassar, Brasil

2017 - Manuel Alegre, Portugal

2018 - Germano Almeida, Cabo Verde

2019 - Chico Buarque, Brasil

2020 - Vítor Aguiar e Silva, Portugal

2021 - Paulina Chiziane, Moçambique

2022 - Silviano Santiago, Brasil

2023 - João Barrento, Portugal

2024 - Adélia Prado, Brasil