Baixar, proteger e aguardar. Gestos salva-vidas que aprendemos num dia que acordou a tremer

O tremor de terra, que assustou Portugal esta madrugada, aconteceu pouco depois das cinco da manhã. Segundo a Proteção Civil,  foi sentido do "Alentejo até Coimbra" e não há registo de danos pessoais ou materiais.

Durante o dia foram registadas pelo menos seis réplicas, mas o tema ecoou com muito mais intensidade quando se começaram a abordar as diversas questões que a ocorrência de um sismo maior em Portugal poderia envolver.

O Presidente da República elogiou a capacidade de resposta entre Governo e proteção civil após sismo, que — considerou — só não foi mais rápida porque era necessário "validar as informações".

Marcelo Rebelo de Sousa acabou por apelar a um debate sobre a proteção sísmica na "construção de grandes obras públicas", considerando que é possível "aprender-se mais" sobre a resposta aos sismos.

Na área científica, a sismóloga Susana Custódio disse que o sismo de 5,3 sentido esta madrugada não é de uma magnitude invulgar e considerou que o abalo é uma oportunidade para os cidadãos relembrarem as medidas de proteção. "Nós vivemos em terra de sismos e temos de estar conscientes."

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) disponibilizou um questionário para cartografar a extensão dos efeitos sentidos do sismo. Mas, quem não sentiu, também pode responder. O objetivo é a recolha de dados.

Sobre o envio de alertas à população em caso de sismo, o presidente do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil (CEIPC) considerou que os serviços públicos “acabam sempre por ser ultrapassados” pela capacidade comunicacional dos ‘smartphones’ no envio de alertas de desastres naturais. Não houve hoje nenhum alerta à população sobre o abalo de hoje e a informação foi divulgada online, no site da ANEPC, quase uma hora depois do sismo.

Minutos depois do abalo, que também acordou a nossa redação, o SAPO 24 publicava que a magnitude era de 5,3 na escala de Richter e o epicentro ao largo de Sines, assim como atualizava que não existiam, no imediato, relato de danos para além dos inúmeros  testemunhos do tremor de terra.

Vários trabalhos dos nossos madrugadores jornalistas ajudaram o leitor a perceber o que estava a acontecer e também como agir em caso de sismo, como dicas úteis para a autoproteção.

Da pesquisa para a melhor Informação, um dado saltou à nossa atenção: houve um sismo no mesmo dia 26 de agosto, na mesma região, em Portugal, há 58 anos.

Na memória coletiva e histórica — avivada sempre que a terra treme — está 0 grande terramoto de Lisboa e a destruição e morte que se seguiram.

Hoje, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, disse que “só 10%” dos edifícios da capital precisam de reforço antissísmico, sublinhando que o município está a fazer uma avaliação há dois anos. À tarde, serviços da autarquia anunciavam que estará pronta ainda nesta última semana de agosto uma app que mostrará as zonas mais vulneráveis da capital.

Estará o nosso país preparado para sismos? A Ordem dos Engenheiros apela a maior exigência na qualidade da construção. Mas no imediato, mais vale aprender os três gestos BAIXAR, PROTEGER, AGUARDAR, que segundo a Proteção Civil são a melhor resposta para nos protegermos em caso de sismo.

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