Enquanto se olha para Israel, o que está a acontecer na Ucrânia?

Alexandra Antunes
Alexandra Antunes

A cobertura noticiosa dos últimos dias faz parecer que há apenas um grande conflito a acontecer entre Israel e o Hamas. Contudo, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia não terminou.

Por isso, vejamos algumas notícias que surgiram recentemente:

  • Numerosos ataques

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, garantiu hoje que as posições ucranianas permanecem protegidas em torno da cidade disputada de Avdiïvka, no leste do país, mas a situação é difícil face a numerosos ataques russos.

Avdiïvka, uma cidade industrial, tem sido alvo nas últimas semanas de intensos ataques por parte das tropas russas, que procuram cercá-la.

O exército ucraniano, por seu lado, refere-se a “ofensivas repelidas”, especialmente aéreas, em redor de Avdiïvka e de várias outras cidades da região da província de Donetsk.

Na sexta-feira, o exército ucraniano disse ter repelido mais uma vez uma ofensiva russa, alegando ter infligido “perdas catastróficas” ao adversário.

  • Mísseis para a Crimeia

As forças russas abateram hoje três mísseis ucranianos que tinham como alvo a Crimeia, península anexada em 2014 por Moscovo e regularmente alvo de ataques das forças de Kiev.

Antes, as autoridades da Crimeia emitiram um alerta aéreo e o tráfego na Ponte da Crimeia, que liga esta península ao continente russo, foi temporariamente interrompido.

Esta península está no centro da postura militar russa para a sua ofensiva na Ucrânia, tanto para fornecer tropas no sul da Ucrânia como para realizar ataques com mísseis a partir do mar.

As forças armadas ucranianas têm tentado bloquear a cadeia de abastecimento russa e acabar com o controlo militar da Rússia sobre o Mar Negro.

  • Vários mortos em ataques russos

Uma pessoa morreu e outra ficou ferida no bombardiamento contra uma área residencial esta sexta-feira à noite em Kryvyi Rih, na região de Dnipropetrovsk, segundo a polícia nacional. A pessoa ferida, uma mulher de 57 anos, foi atingida por estilhaços e está hospitalizada em estado grave, informou o gabinete presidencial.

Outro ataque noturno provocou um incêndio num complexo industrial, informaram as forças de segurança. As chamas foram controladas."Algumas infraestruturas essenciais foram danificadas", indicou a presidência.

Outra pessoa morreu num bombardeamento em Nikopol, cidade às margens do rio Dnieper, quase 100 quilómetros a este de Kryvyi Rih, informou a administração regional.

Mais ao sul, na região de Kherson, vários ataques deixaram um morto e um ferido.

Conflitos em discussão

Com tudo isto a acontecer, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia reúnem-se na segunda-feira no Luxemburgo para fazer uma avaliação do apoio prestado à Ucrânia e discutir uma possível reconfiguração do panorama geopolítico, com a tensão no Médio Oriente também em agenda.

No dia de hoje, o Papa Francisco lembrou o conflito entre Israel e o Hamas, mas deixou também algumas palavras relativamente à guerra na Europa.

"Renovo o meu apelo para que o espaço seja aberto, para que a ajuda humanitária continue a ser prestada e para que os reféns sejam libertados. A guerra - todas as guerras do mundo, e estou a pensar também nos mártires da Ucrânia - é sempre uma derrota, uma destruição da fraternidade humana. Irmãos, parem com isso", insistiu o pontífice perante centenas de pessoas que o escutavam a partir da praça do Vaticano.

Francisco apelou ainda para um dia de "jejum, oração e penitência" na sexta-feira, 27 de outubro, para rezar pela paz no mundo, ao qual presidirá a partir da Basílica de São Pedro, no Vaticano.

O Papa ordenou também uma missão para procurar mediação na Ucrânia ao cardeal Matteo Zuppi, que viajou para Ucrânia, Moscovo, Pequim e Washington para tentar chegar a posições que ponham fim à guerra, mas nenhum passo concreto foi alcançado até agora.

Além disso, soube-se que o Papa manteve esta tarde uma conversa telefónica com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre os conflitos no mundo e "a necessidade de se encontrar caminhos para a paz".

*Com Lusa

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