A família Silva Cardoso apresentou-se meia a rigor no prólogo de Lisboa a marcar o início da 82ª edição da 82ª Volta a Portugal Santander.

O pai, Ricardo, e o filho, Miguel, surgem trajados a rigor com o equipamento do FC Porto. Mãe (Benfica) e filha (Sporting) estavam vestidas à civil.

Este agregado familiar residente em Sintra foi às proximidades do Centro Cultural de Belém ver a “portuguesa”. Algo que fazem quando o pelotão passa perto da área de residência, leia-se Área Metropolitana de Lisboa.

A razão de ontem ali estarem era uma. “O meu filho Miguel faz anos e pediu para vir aqui ver a Volta”, confidencia o pai babado.

A festa, diga-se em abono da verdade, não estava muito concorrida. Era escasso o “povo” na Praça do Império e o que existia estava, no local de partida, mantido a uma distância de segurança.

Separados por uma vedação e mais de trinta passos em linha reta do ponto de partida do prólogo, Miguel, o filho de 11 anos, suspira: “Podia ser sem ser à distância, mas isto do covid...”, parece lamentar enquanto recorda que, no ano passado, em Loures, “viu mais da prova”.

“Ver e haver a Volta, já é bom”, responde o pai com um pequeno empurrão no ombro do descendente. “Ele vê tudo”, fala com o SAPO24 separado por quadrados dos painéis com quase dois metros de altura.

Volta a Portugal
Volta a Portugal Amaro Antunes, ciclista do WR52-Porto e atual camisola amarela créditos: Miguel Morgado | MadreMedia

Miguel sabe o nome de equipas e corredores. “Somos campeões há cinco anos (são oito sem a desclassificação por doping de Raúl Alarcón, em 2017 e 2018) mas a Efapel reforçou-se (foi buscar António Carvalho)".

Ricardo, o pai, está mais atento ao W52-FC Porto. “Vi ali o presidente (aponta para onde estão estacionadas as camionetas de apoios das equipas) ... o Pinto da Costa”, reforça com o nome, não fôssemos pensar que estava a falar aponta do inquilino do Palácio de Belém, paredes-meias com a caravana da mais importante prova velocipédica.

“Olha ali um do Porto”, grita o filho. “São sete”, esclarece o pai. “É o João Rodrigues (vencedor em 2019, na 81ª edição). No ano passado (Volta Especial) ganhou o Amaro Antunes”, recorda o filho.

Os últimos ciclistas, todos de máscara na zona de partida, respondem à chamada do speaker (em português e inglês) com a subida ao palanque. 10, 9, 8....1, 0... arranca Amaro Antunes, o camisola amarela.

A família Silva Cardoso despede-se. “Pode ser que para o ano consiga ver a Volta mais de perto”, suspira.

Museu Joaquim Agostinho inaugurado em Torres Vedras

Rafael Reis, foi o mais rápido no prólogo, contrarrelógio individual de 5,4 quilómetros. O corredor da Efapel cumpriu o trajeto em 6.10,59 minutos e sai hoje de Torres Vedras de amarelo vestido.

Antes, o Museu Joaquim Agostinho é inaugurado no bairro das Arenes, uma cerimónia que contará com a autarca da cidade do Oeste, Laura Rodrigues, secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, Delmino Pereira e Artur Moreira Lopes (UCI) entre outras individualidades.