O golo de Robinho, aos 12 minutos, ainda assustou a equipa da casa, que só restabeleceu a igualdade já perto do intervalo, aos 18, e através de um livre direto, cobrado por Cardinal.

À entrada para a quadra do Pavilhão João Rocha praticamente lotado, os anfitriões sabiam que o empate seria suficiente para 'carimbar' a passagem e fazer companhia a Inter, Barcelona e Kairat, face à vantagem na diferença de golos, 10-0 contra os 9-2 dos ‘encarnados’.

Sem poder contar com Merlin, por ter visto cartões amarelos nos dois outros jogos do grupo diante do Novo Vrijeme e do Sibiriak, os tricampeões nacionais não tiveram o início que desejariam, com o Benfica a entrar organizado nas marcações e a saber anular a construção ‘leonina’.

Contudo, as sucessivas paragens quebraram, de certa forma, o ritmo que o jogo merecia e, consequentemente, a ausência de flagrantes ocasiões de golos.

Os guarda-redes iam sendo os jogadores em maior destaque, ainda que sem defesas decisivas, com uma exceção a pertencer a Diego Roncaglio, ao sair bem de entre os postes para fazer a ‘mancha’ a Dieguinho.

Todavia, e precisamente depois de a bola ter sido reposta na quadra, as ‘águias’ adiantaram-se no marcador à passagem do minuto 12, por intermédio do seu jogador mais virtuoso, o russo Robinho, que ainda contou com um desvio no remate.

Em vantagem, os atletas de Joel Rocha acabaram por ter que recuar no terreno, perante a pressão ‘leonina’ à procura de faltas para chegar à sexta pretendida, que deu então origem ao tento ‘verde e branco’, através de Cardinal, na cobrança de um livre direto.

Os segundos 20 minutos foram mais táticos e houve mais equilíbrio, com muitas trocas constantes de ambos os lados, porém o Sporting tinha o empate a favor e soube geri-lo.

Só a menos de três minutos para o final do desafio o Benfica apostou na situação de quatro contra cinco, esbarrando sempre na defesa coesa do Sporting. André Coelho, de meia distância, teve a melhor chance a 18 segundos do apito final, mas atirou a bola à barra.

Declarações

Nuno Dias (treinador do Sporting): “Não houve nada que não tivesse gostado. O que gostei mais foi a entrega com que jogámos, o espírito lutador, a garra e a união do grupo. Gostei também que tudo aquilo que treinámos em relação a aspetos específicos do jogo foram claramente anulados pelo Sporting e não permitiram que o Benfica criasse algumas situações de perigo como criou na Luz. Isso dá-nos uma alegria enorme. Gostei da forma como o público nos apoiou nesta passagem à ‘final four’. Este empate é, para nós, uma vitória. Apresentámos uma qualidade enorme nestes três jogos.

[Sobre a réplica do Benfica] Tenho de dar os parabéns à equipa do Benfica. É uma equipa com muita qualidade, que nos obrigou a jogar nos limites do nosso esforço e da nossa qualidade. Superámo-nos para alcançar um objetivo coletivo e isso só foi possível com grande união e solidariedade.

[Sobre a organização da prova] Mais uma vez o Sporting organiza um torneio desta envergadura com um nível extraordinário. Tenho de dar os parabéns à organização. Organizar a ‘final four’? Seria muito importante. Já estamos mais do que habituados a este tipo de eventos. Tem sido de uma excelência tal que a UEFA poderá medir essa candidatura com algum agrado. Nos anos anteriores houve uma em Almaty e outra em Espanha. Parece-me que estamos na ‘pole position’. Desportivamente, é um fator decisivo.

[Sobre os adversários da ‘final four’] Venha o diabo e escolha. Uma coisa posso prometer: é que tudo o que estiver ao nosso alcance nós vamos tentar fazer, vamos tentar agarrar as oportunidades. Estamos na presença de outras três equipas que já venceram esta competição.”

Joel Rocha (treinador do Benfica): "A primeira palavra vai para os meus jogadores, que trabalharam e acreditaram. Justificámos muito mais do que aconteceu. A segunda palavra vai para os adeptos, que hoje nada nem ninguém os demoveu de nos apoiar. Na primeira parte, o Sporting foi melhor do que o Benfica, teve mais qualidade de bola, foi muito mais agressivo a defender e tivemos muitas dificuldades.

Depois de estarmos a vencer por 1-0, o empate surge de um lance que é originado pela sexta falta, mas o Benfica na primeira parte não cometeu seis faltas. O empate até penalizava a produção do Sporting. Na segunda parte, foi um jogo de sentido único e obrigámos o guarda-redes do Sporting a intervir. Fizemos tudo o que estava sob o nosso controlo para o segundo golo. Termina aqui a nossa caminhada europeia, a interna está viva e é aí que concentramos atenções.

[Sobre a aposta no suplente Cristiano para defender livre de 10 metros] Os jogadores são especialistas em determinado tipo de funções. O Cristiano é especialista no nosso plantel a defender livres de 10 metros, mas não quer dizer que os vá parar todos. É uma situação normal.

[Sobre o impacto da eliminação europeia] O nosso objetivo era atingir a ‘final four’. Não estamos satisfeitos, mas estou orgulhoso e honrado pela forma como nos apresentámos nestes três jogos. Lutámos até à exaustão. Estivemos até à buzina dentro do objetivo do golo. Afeta diretamente que no fim de semana de abril ou maio em que houver a ‘final four’ não há competição para nós. Seguimos, tal como até aqui, convictos das nossas capacidades.”


Notícia atualizada às 21:42