Paulo Pinheiro, engenheiro mecânico de formação e ex-piloto, idealizou e empreendeu a construção do AIA, em Portimão, em 2008, sendo um dos responsáveis pelo regresso da Fórmula 1 e do MotoGP a Portugal.

Desde 2020 que o MotoGP vai até ao AIA, onde Miguel Oliveira se tornou no primeiro português a vencer uma prova desta competição em casa. Durante os anos da pandemia da COVID-19, o circuito também viu o regresso da F1 a solo nacional, em 2020 e 2021. Além do AIA, criou e dirigiu ainda a equipa Parkalgar Racing Team.

"É com enorme pesar e consternação que a Administração do Autódromo Internacional do Algarve comunica o falecimento do Eng. Paulo Pinheiro, seu fundador e Presidente do Conselho de Administração. O Eng. Paulo Pinheiro dedicou a sua vida ao desenvolvimento do desporto motorizado em Portugal e à afirmação do Algarve e do País como um dos grandes palcos internacionais deste desporto, ao mesmo tempo que contribuía para o crescimento da economia nacional e regional, deixando um legado único em Portugal", pode-se ler no comunicado divulgado nas redes sociais do circuito.

"As suas notáveis qualidades humanas e profissionais marcaram todos os que com ele tiveram o privilégio de contactar e trabalhar. Neste momento de dor e consternação a Administração do Autódromo Internacional do Algarve endereça os seus votos de pesar a toda a família e amigos de Paulo Pinheiro. As cerimónias fúnebres serão oportunamente anunciadas", ainda se lê.

Em declarações à agência Lusa, Jorge Viegas, presidente da Federação Internacional de Motociclismo (FIM), reconheceu que Paulo Pinheiro foi uma figura “muito importante para o desporto motorizado em Portugal, nomeadamente no que toca a provas internacionais, como o MotoGP, Fórmula 1 ou Mundial de Superbikes (WorldSBK)”, campeonatos que trouxe para o circuito algarvio.

“Nos últimos tempos colaborámos imenso para manter o GP de Portugal de MotoGP e para ajudar alguns pilotos portugueses a competirem em campeonatos internacionais”, explicou Jorge Viegas, que preside ao organismo máximo do motociclismo mundial. Viegas admitiu que o falecimento de Paulo Pinheiro “é uma grande surpresa porque era muito novo e ainda tinha muito para dar”.

“É uma grande perda para o país porque era um promotor daqueles à séria”, concluiu Jorge Viegas, deixando “sentidas condolências à família e a todos os que trabalhavam com ele”.

O presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), Ni Amorim, considerou que o automobilismo “perde um grande impulsionador”.

“Acompanhei a situação nos últimos dois meses, em que estava internado nos cuidados intensivos em França. Fiquei muito triste hoje de madrugada quando recebi uma mensagem com a notícia. Foi um grande empreendedor, lutador, dinamizador do automobilismo”, enalteceu Ni Amorim.

O presidente da FPAK lembrou que, “antes de entrar para a FPAK”, teve “projetos com ele e com a [francesa] Michele Mouton, nomeadamente com a organização da Race of Champions (ROC), só possível de concretizar pela sua força de vontade”.

“O automobilismo perde um grande impulsionador e dinamizador. Era seu amigo pessoal, numa relação recíproca e de muito respeito. É uma perda grande para o país”, sublinhou Ni Amorim.

O presidente da FPAK lembra que Paulo Pinheiro “tinha acabado de ser agraciado com um prémio da Confederação de Desporto de Portugal, proposto pela FPAK, mas que já não pôde receber por estar já internado”.