Segundo a sondagem realizada pela Pitagórica, o PS reúne em agosto 43,6% das intenções de voto, um valor que tem vindo a aumentar desde maio e que coloca os socialistas mais próximos da maioria absoluta. Em sentido contrário, o PSD reune em agosto 20,4% das intenções de voto, num recuo que se verifica desde maio. Já o Bloco de Esquerda conta atualmente com 10% das intenções de voto, a CDU com 6,6% e o CDS com 4,9%.

Questionado sobre esta queda, Rui Rio, líder do PSD, desvaloriza. À Lusa disse começou por dizer que não comenta números de sondagens, estudos que “desvaloriza por completo”. Aproveitou, no entanto, para deixar a mensagem que há que saber dividir “entre as que estão bem feitas e se enganam e as que são feitas para produzir determinados resultados”.

Já ao Observador, na mesma linha, disse que não faz "fé nenhuma" nas sondagens e que estas não o desmotivam. Rio diz que há sondagens “feitas para produzir determinados resultados” e essas “são como as bruxas, eu não acredito nelas mas que as há, há”.

Rui Rio, que deu esta manhã início à Festa do Pontal em Monchique, com uma ação de plantação de medronheiros, disse à Lusa que a campanha do PSD para as eleições legislativas de outubro vai ser inovadora, com mais conteúdo, menos gritaria e sem insulto ao adversário.

“Vai haver muitos menos comícios com jantares onde se come a sopa, se agita a bandeira e se bate palmas e não se ouve quem fala”, disse o líder social-democrata aos jornalistas em Monchique.

Considerando que as campanhas a que os partidos se habituaram nos últimos 40 anos “descredibilizam a política”, Rui Rio sublinhou que é preciso trazer um novo discurso “com mais “moderação, equilíbrio e racionalidade”.

Já enveredando o equipamento - com o número sete na costas, como Cristiano Ronaldo - para o jogo de futebol que se seguia na festa social democrata, - Rui Rio afirmou, no entanto, que “o PS montou um circo e dramatizou muito a governação”, principalmente em momentos que está mais atrapalhado como “puxar o caso dos professores quando surgiu a questão das nomeações de familiares” ou mais recentemente, com a greve dos motoristas, onde “dramatizou, para depois parecer que resolveu uma questão muito complicada”.

As intervenções políticas na Festa do Pontal estão marcadas para as 18:00 no Largo do Mirante em Monchique, onde serão apresentados os cabeças de listas do PSD, estando previstos discursos de Luís Grande, da concelhia de Monchique, do presidente da Câmara Municipal de Monchique, Rui André, de Bárbara Correia (JSD), do deputado algarvio Cristóvão Norte e de Rui Rio.

A Festa do Pontal teve início a 29 de agosto de 1976, numa mata junto ao aeroporto de Faro, que deu nome à festa, como forma de afirmação do PSD no Algarve, com a presença do fundador do partido Francisco Sá Carneiro.

Com Cavaco Silva passou para a baixa da capital algarvia e com Pedro Passos Coelho a festa social-democrata retomou a tradição de contar com a presença do presidente do partido, depois de a sua antecessora Manuela Ferreira Leite não ter estado nas duas edições que se realizaram no seu mandato.

Ao longo dos anos já se realizou em diversos locais no Algarve, e contou com líderes como Francisco Pinto Balsemão, Cavaco Silva, Fernando Nogueira, Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Filipe Menezes e Marques Mendes.