O regulador inibiu de ocupar cargos de direção em bancos o ex-presidente do Conselho de Administração (PCA) do Moza Banco, Prakash Ratilal, o ex-presidente da Comissão Executiva, Ibrahimo Ibrahimo, o administrador-executivo, Tiago Valença, e os administradores executivos, Luís Magaço e João Jorge, refere o semanário Savana de Maputo, citando um despacho de 13 de abril.

A mesma interdição foi imposta aos administradores não executivos Vítor Guerra, Almeida Matos e Paulo Ratilal.

Os visados foram igualmente condenados ao pagamento de multas entre 200 mil meticais (2.777 euros) e 500 mil meticais (6.944 euros).

As sanções resultaram de uma inspeção que o Banco de Moçambique realizou ao Moza Banco entre 17 de outubro de 2014 e 27 de fevereiro de 2015.

O Savana escreve que os antigos responsáveis têm 15 dias para recorrer da decisão junto do regulador e igual prazo para interpor um recurso judicial.

O Moza Banco, que agora usa apenas a denominação Moza, foi intervencionado em 2016 pelo Banco de Moçambique.

Na altura, foi suspenso o conselho de administração e a comissão executiva para “proteger os interesses dos depositantes” face à degradação da “situação financeira e prudencial” de forma “insustentável”, referiu o banco central.

O regulador injetou cerca de oito mil milhões de meticais (105 milhões de euros) no banco para travar um colapso que arrastasse o sistema financeiro moçambicano.

No último ano, o Banco de Moçambique vendeu o Moza à Kuhanha, entidade que gere o fundo de pensões dos trabalhadores do banco central.

Em abril, o banco anunciou ter reduzido o prejuízo em 73,2% durante 2017.

“Podemos afirmar com toda a convicção que para o Moza o ano de 2017 ficará marcado como o ano da refundação e reestruturação financeira”, disse na altura o presidente do Conselho de Administração, João Figueiredo.

Ao Savana, o antigo PCA do Moza Banco afirmou que vai cumprir a deliberação do regulador, assinalando que ele próprio já foi governador do Banco de Moçambique.

“Perante uma notificação contravencional, mesmo existindo uma opção de recurso à via judicial, a minha postura é a de cumprir com a deliberação do regulador”, afirmou.

Por seu turno, o ex-PCA afirmou-se vítima de injustiça, manifestando estar de consciência tranquila.