“A estabilidade é o maior valor da nossa democracia e, portanto, é importante que os partidos moderados se unam à volta dessa estabilidade e essa estabilidade é ter um Orçamento do Estado aprovado”, disse o autarca da capital, em declarações aos jornalistas, à margem de uma conferência sobre habitação no Palácio Galveias, em Lisboa.

Carlos Moedas não tem dúvidas de que “os portugueses não querem eleições, não querem crises políticas”.

Por isso, considerou, “seria impensável e incompreensível para os portugueses” que um acordo para a aprovação do Orçamento “não acontecesse e, sobretudo, que não acontecesse naqueles que são os moderados”.

O social-democrata alertou que o contrário só alimentaria “os extremos que querem destruir o sistema”.

“Sabendo que os moderados têm ideias diferentes”, apelou, há que encontrar forma de as conciliar.

No seu entendimento, há “um esforço a fazer dos dois lados”, mas também “uma responsabilidade acrescida” da oposição, concretamente o PS.

“Aqueles que não estão no Governo devem ter a capacidade de perceber que têm que, de certa forma, nesse consenso que se tem que encontrar, não desvirtuar aquele que é o Programa do Governo”, frisou, recordando que a Aliança Democrática (PSD/CDS-PP/PPM) ganhou as eleições e formou o executivo.

“Se há um Governo que tem um programa e que esse programa é completamente mudado e desvirtuado pela oposição, então deixa de haver um Programa do Governo, daquele que é o Governo que foi eleito pelos portugueses”, vinca.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro e líder do PSD, Luís Montenegro, e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, reuniram-se pela primeira vez para negociar o Orçamento do Estado para 2025, num encontro que terminou sem acordo.

O PS recusa um Orçamento do Estado com as alterações ao IRS Jovem e ao IRC propostas pelo Governo, posição que o PSD classifica como “radical e inflexível”.

Ainda assim, Luís Montenegro prometeu apresentar uma contraproposta aos socialistas, numa “tentativa de aproximar posições”.

Hoje, Montenegro reiterou que vai apresentar “aos partidos e em particular ao PS” uma proposta que descrevei como irrecusável.

“A partir daí, cada um assume as suas responsabilidades”, avisou.