Mário Centeno saiu do Ministério das Finanças pelas 23h40 em direção à Assembleia da República para entregar o Orçamento do Estado para 2019. O ministro chegou ao Parlamento pelas 23h47, a poucos minutos de terminar o prazo constitucional para a entrega deste documento ao Presidente da Assembleia da República. A entrega efetiva teve lugar pelas 23h52.

Sorridente Centeno fez-se acompanhar pela sua equipa do Ministério das Finanças: Mourinho Félix (adjunto do ministro das Finanças), João Leão (Orçamento), Álvaro Novo (Tesouro) e Fátima Fonseca (Administração e Emprego Público) e pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos.

De imediato, em passo acelerado, o titular da pasta das Finanças dirigiu-se ao espaço reservado da Assembleia da República onde se situa o gabinete do presidente do parlamento.

Face à hora tardia da entrega, o ministro das Finanças adiou a conferência de imprensa de apresentação do OE2019 para esta terça-feira, pelas 08h30.

Através do Twitter, o primeiro-ministro, António Costa, fala de um "bom Orçamento para prosseguirmos o caminho seguido até aqui, de mais crescimento, melhor emprego, maior igualdade."

A proposta de Orçamento do Estado para 2019 será discutida e votada na generalidade nos dias 29 e 30, com votação global agendada para 29 de novembro.

Partidos reagem a partir das 10:00 de terça-feira

Todos os grupos parlamentares adiaram, pelo segundo ano consecutivo, uma reação à proposta de Orçamento do Estado para terça de manhã, depois de o documento ter dado entrada no parlamento muito perto da 00h00.

Com a conferência de imprensa no Ministério das Finanças, em Lisboa, marcada para as 08:30, PSD, PS, PCP e PEV agendaram as primeiras reações ao documento para a Assembleia da República a partir das 10:00.

A coordenadora do BE, Catarina Martins, já tinha marcada uma visita ao mercado municipal de Torres Novas, pelas 10:00, sendo durante esta ação que comentará a proposta do Governo.

Já a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, tem prevista uma reunião com a UGT, em Lisboa, com início às 09:00, devendo reagir ao documento nesta ocasião.

Pelos restantes partidos, falarão o vice-presidente da bancada do PSD António Leitão Amaro, o líder parlamentar e presidente do PS, Carlos César, o deputado do PCP António Filipe e a deputada do PEV Heloísa Apolónia.

Já em 2017, quando o Orçamento do Estado entrou no parlamento a 45 minutos da hora limite, os partidos adiaram as reações para o dia seguinte, um sábado, e o PSD chegou mesmo a acusar o Governo de "incapacidade" e "desrespeito pelo parlamento".

Como habitualmente, durante o dia, foram várias as versões sobre a hora a que seria entregue o Orçamento do Estado, começando nas 20:00, depois passando para as 22:00, até à entrega final a pouco mais de dez minutos do prazo limite.

Durante a tarde, PCP e BE fizeram os últimos contactos com o Governo para acertar pormenores de redação final, embora fonte do executivo assegure que estas reuniões não contribuíram para a hora tardia a que deu entrada o documento.

Cerca das 22:00, foi pública nos corredores da Assembleia da República uma breve conversa entre o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, e Jorge Cordeiro, da Comissão Política do PCP.

Todos os grupos parlamentares tinham destacado deputados para um primeiro comentário ao Orçamento do Estado, que foram desmobilizando à medida que a hora de entrega foi resvalando para perto da meia-noite.

(Notícia atualizada às 00h22 de 16/10/2018)