Com a saúde a ser um dos grandes temas dos últimos dias, Montenegro começou por afirmar que "alguns quiseram criar a ideia que em 60 dias íamos resolver os problemas da saúde. Acho absurda essa tese. Mas, o compromisso que assumimos, onde apresentaríamos um plano de emergência, e fizemos isso.  É um plano para dois anos, com objetivos determinados e calendarizados. Nós em 60 dias já tivemos operações cirúrgicas em doentes oncológicos, acabamos com a lista de espera desses doentes que ultrapassavam o tempo.", explicou. "Até ao final do ano, 75 mil cirurgias noutras patologias serão feitas".

"Criamos uma linha de telefone específica para as grávidas de Portugal, para ao contrário do que acontecia, elas não 'baterem' com o nariz na porta dos hospitais e fossem dirigidas para os serviços mais próximos para atender os seus problemas", afirmou Montenegro, relembrando o SNS24 Grávidas. "12% resolveram os seus problemas nas chamadas, nas suas próprias residências".

"Não estamos distraído, não criámos falsas expetativas. A situação este ano é muito melhor do que era no ano passado e para o próximo será melhor do que este", prometeu Montenegro.

"Estamos a governar para cada português e portuguesa. Quero cumprimentar o PSD pelo exemplo de abertura à sociedade, para que muita gente que não tenha abertura partidária dê o seu contributo à sociedade. Foi por isso que tivemos muito independentes para a Assembleia da República. Queremos estar perto dos portugueses, para tratar da vida deles", exclamou Montenegro.

"Não somos liberais, não entendemos que o mercado resolve tudo por si. Também não somos socialistas, porque não pensamos que o Estado se tem de meter em tudo. O Estado serve para garantir as funções mais soberanas. Vamos continuar a fazer isso nos próximos quatro anos", criticando assim a oposição.

"Fizemos acordo com professores, polícias, guardas prisionais, oficiais de justiça, estamos a construir entendimentos com médicos e enfermeiros. Estamos a valorizar os prestadores de serviço aos Estado, os funcionários públicos. A pergunta que lanço é: quando vos disserem que nós apenas resolvemos problemas pequenos pensem... professores nas escolas, polícias nas ruas, médicos e enfermeiros nos hospitais, nós estamos a pensar no futuro de Portugal", afirmou.

"Nós vamos continuar com os nossos princípios. Vamos intervir em todos os temos que o Governo pode intervir para melhorar a vida das pessoas. Vamos fazê-lo com a nossa matriz Social Democrata. Não estamos aqui para dar benesses a ninguém. Olhámos para os apoios sociais, os impostos, as pensões, como um investimento na dignidade da nossa comunidade, na valorização de cada ser humano", disse Montenegro, já com vários apoiantes do PSD atrás de si no palco onde discursava, finalizando com três medidas:

"Na saúde, há muito a fazer, na gestão, complementaridade dos setores, de exigência no SNS. Temos um problema que não podemos ignorar: falta de médicos e enfermeiros. No primeiro caso, têm de enfrentar um visão demasiado corporativista, que não contribui para que estes estejam no SNS. Não vamos ficar à espera que as coisas se resolvam com acordos de remuneração. É importante, mas vamos resolver de vez o problema do hospital central do Algarve. Vamos construir o Hospital de Lisboa. Nós precisámos de mais médicos. A cada ano vão-se aposentar cerca de 1500 médicos. Nós não vamos dizer que a vida profissional chegou ao fim, mas vamos solicitar que possam trabalhar mesmo depois de se reformarem", afirmou Montenegro. "Queremos mais vagas, mais escolas de medicina nos hospitais, formando assim mais médicos. Vamos levá-los e espalhá-los pelo território, para melhor coesão territorial".

"Mobilidade Verde é um plano que será apresentado para facilitar a utilização dos meios de transporte que sejam do ponto de vista ambiental mais sustentáveis e que facilitam a vida dos cidadãos. A ferrovia é uma trave mestre: vamos decidir a criação de um passe ferroviário, de 20 euros mensais e derá acesso a todos os comboios urbanos, regionais, inter-regionais e inter-cidades. Por 20 euros por mês pode viajar na ferrovia portuguesa e com isso movimentar-se protegendo o meio ambiente. É um investimento nas pessoas, ambiente e no futuro", afirmou.

"Finalmente, e prometi na campanha eleitoral. Não vamos diminuir nenhum cêntimo nas pensões em Portugal. O complemento solidário para idosos vai chegar aos 820 euros. A isso, acrescentamos a comparticipação dos medicamentos, a 100%, a quem tem esse complemento. Vamos atribuir e pagar em outubro um suplemento extraordinário aos pensionistas com mais baixas pensões: serão 200 euros para quem tiver uma pensão até 509,26€. Quem tiver entre 509,26 e 1018,52€ nós vamos pagar 150 euros e quem tiver entre 1018,52€ e 1527,72€ será paga uma verba de 100 euros. Queríamos que estes valores fossem permanentes, mas a situação financeira estimada permite tomar este ano. Para o ano, se for melhor, vamos acompanhar o aumento legal das pensões e também atribuir", prometeu.

"Não estamos a tomar medidas menores.. Estamos a atuar estratégica e estruturalmente no futuro de Portugal", disse repetidamente ao longo do discurso.

"Queremos resolver os constrangimentos das pessoas que têm dificuldades em comprar o essencial. Os constrangimentos que fazem os nossos jovens irem para o estrangeiro à procura de oportunidades. Queremos que eles fiquem connosco, para conseguirem ficar com as suas famílias. Isenção de IMT e imposto de selo na 1.ª habitação. Isenção de impostos nos prémios. Olhar para o problema das creches. Queremos cuidar da saúde, uma escola pública com mais qualidade e exigência. Vale a pena acreditar e viver em Portugal", disse o primeiro-ministro.

A tradicional Festa do Pontal regressa ao Algarve este ano, região que é um destino habitual de férias para muitos portugueses e estrangeiros, mas que neste dia é também destino para muitos sociais-democratas.

Este evento tem também sido marcado pela presença surpresa de personalidades do PSD, como foi o caso do ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, em 2022. Já no ano passado, foi a vez de o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e do antigo líder do PSD Luís Marques Mendes terem marcado presença no Calçadão da Quarteira.