Este município do distrito de Coimbra contabiliza casas afetadas em 57 aldeias atingidas pelas chamas, sendo que os técnicos da Câmara "não têm mãos a medir" para tanta habitação a necessitar de intervenção, disse à agência Lusa o presidente da autarquia, José Brito, realçando que a Câmara apenas tem dois topógrafos, um arquiteto e "três ou quatro engenheiros".

"Se queremos celeridade na reconstrução, tem que haver arquitetura e especialidades. Já agilizámos o processo de licenciamento e isentámos de taxas, mas precisamos de técnicos", sublinhou o autarca.

Para José Brito, a solução poderia passar por se recorrer a técnicos especializados da administração pública que, apesar de terem o seu trabalho, poderiam ser deslocalizados para os concelhos que necessitam desse apoio, face à situação de urgência.

"O Estado poderia tomar essa iniciativa e alocar ao território esse pessoal. Não me importo de pagar as deslocações, o alojamento ou a alimentação", frisou o presidente da Câmara da Pampilhosa da Serra.

Para além de técnicos para a reconstrução, José Brito notou que também são necessárias máquinas - carros "não de grande dimensão" e retroescavadoras - para demolição e remoção das casas destruídas e em risco de ruírem.

"São situações que temos que resolver rapidamente e avançar com demolições rápidas das casas que ameaçam ruir", vincou, explicando que a autarquia já criou um estaleiro em cada aldeia para depositar os escombros, cujo transporte depois é assegurado pelo município.

José Brito chamou ainda a atenção para o facto de parte das segundas habitações que foram afetadas serem na verdade habitações permanentes, considerando que o Estado deve atender também a esses casos.

"Temos cerca de 30 mil descendentes da Pampilhosa da Serra em Lisboa. Quando chega a reforma, vêm para cá viver pelo menos dez meses do ano, mas não mudam o local de residência", aclarou.

Para além disso, será também necessário haver um incentivo às famílias que tinham casa de segunda habitação no concelho e que vinham ao fim de semana e durante o verão.

"É preciso dar um sinal a esta gente. As pessoas que têm cá a segunda habitação são muito importantes, mexem com a economia toda da região", frisou.