“Apelamos ao povo da Cisjordânia para que saia às ruas em todas as províncias com demonstrações massivas de raiva, para trabalhar para escalar o conflito e enfrentar a ocupação”, disse o braço militar do Hamas, as Brigadas al Qassam, num comunicado.

A organização defendeu a “necessidade de mobilização” hoje, ao mesmo tempo que classificou o ataque aéreo de quinta-feira contra o campo de refugiados de Tulkarem, no norte da Cisjordânia, como “uma escalada perigosa”.

A Autoridade Palestiniana anunciou quinta-feira à noite a morte de 18 pessoas na sequência do ataque israleita.

Israel ocupa a Cisjordânia desde 1967.

Num breve comunicado militar, as forças israelitas tinham confirmado que a Força Aérea realizou um ataque em Tulkarem numa operação conjunta com o Shin Bet (agência de segurança interna de Israel).

Mais tarde, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) reivindicaram a morte de um líder do Hamas no ataque, identificado como Zahi Yaser Abdel Razaq Awfi, e “outros membros proeminentes” do grupo foram mortos.

Os militares sustentaram que Awfi planeava realizar uma “operação terrorista” dentro de Israel “em breve”.

Tulkarem foi uma das cidades e campos de refugiados palestinianos alvo, no final de agosto, de uma ofensiva em grande escala do Exército israelita contra grupos armados que combatem Israel no norte da Cisjordânia.

As hostilidades na região do Médio Oriente eclodiram depois de o Hamas ter atacado Israel, a 07 de outubro de 2023, causando cerca de 1.200 mortos e mais de 250 reféns, segundo as autoridades israelitas.

Em resposta, o exército israelita lançou uma investida contra a Faixa de Gaza que, até à data, causou a morte de aproximadamente 41.800 pessoas, além de mais de 700 palestinianos mortos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, de acordo com as autoridades locais.

Os atentados de 07 de outubro e a retaliação israelita desestabilizaram toda a região e levaram também à intensificação das hostilidades entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do Irão.

O Irão lançou na noite de terça-feira 200 mísseis contra Israel, em retaliação pelos assassínios do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, do chefe do Hezbollah, Hasan Nasrallah, e de um general iraniano.

Cerca de 20 foguetes foram lançados hoje a partir do Líbano contra a zona de Haifa, no norte de Israel, a maioria dos quais foram intercetados, informaram as IDF, em comunicado, sem avançar com quaisquer vítimas motais ou feridos.

“A maior parte dos lançamentos foram intercetados pela Força Aérea, os restantes caíram em área aberta”, indicaram as IDF.

Segundo as autoridades do Líbano, os bombardeamentos israelitas já provocaram a morte de cerca de duas mil pessoas e deixaram um milhão de desalojados.